Título: Mais recursos privados
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Fonte: Jornal do Brasil, 06/04/2006, Economia & Negócios, p. A20

A 47ª Assembléia Anual do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) encerrou ontem com a decisão de flexibilizar o fluxo de recursos da instituição para seus países-membros. O presidente do organismo multilateral, o colombiano Luis Alberto Moreno, disse que, entre as decisões adotadas pelos governadores da entidade, foi aprovado aumento da pasta de projetos privados que podem receber empréstimos.

O BID, que dá preferência a projetos de infra-estrutura e sociais garantidos pelos governos, tem um fundo de até 10% de seu capital para financiar projetos privados. A partir de agora, poderá apoiar qualquer projeto privado, não somente os de infra-estrutura, mercado de capitais e comércio exterior.

- A ampliação permitirá sintonia com as necessidades da região - disse Moreno.

O banco também aprovou a possibilidade de apoiar projetos públicos que não tenham a garantia soberana dos respectivos países-membros. Moreno ressaltou que o banco decidiu analisar a iniciativa multilateral de reduzir a dívida dos países pobres mais endividados. Outros organismos, como o Banco Mundial, já perdoaram dívidas de alguns destes países.

Na Assembléia de Belo Horizonte, Bolívia, Honduras, Guiana, Nicarágua e Haiti esperavam o perdão de empréstimos de US$ 5,4 bilhões, mas a decisão foi adiada até o fim do ano. Entre as próximas tarefas do BID, Moreno enumerou ''nova visão e um novo modelo de negócios'' que permitam reafirmar o compromisso com a redução da pobreza e o crescimento. Entre elas também estão empreender programas de assistência, aumentar a capacidade de resposta da entidade e aprofundar a agenda social que promova o cumprimento das chamadas Metas do Milênio de redução da pobreza global.