Título: Em busca de notícias
Autor: Fabrício Marta
Fonte: Jornal do Brasil, 02/04/2006, Rio, p. A15

Depois de passar parte da noite de sexta-feira no aeroporto Santos Dumont, parentes e amigos das vítimas foram levados para o Hotel Othon, no Centro, onde passaram o dia de ontem. A maioria dos parentes veio de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais.

¿ Providenciamos uma equipe de médicos e assistentes sociais para avisar aos parentes sobre a tragédia. Elas estão no hotel também para ajudar o trabalho da perícia ¿ informou David Faria, diretor de relações institucionais da Team. A perícia recolheu documentos das vítimas e quaisquer informações que pudessem ser úteis no processo de reconhecimento dos passageiros.

¿ Faremos de tudo para que os familiares não precisem ir até o IML, para poupá-los nesse momento difícil. Uma equipe do Instituto está recolhendo informações que podem ajudar na identificação dos corpos ¿ explicou Roger Ancillotti, diretor do Instituto Médico Legal.

Segundo Ancillotti, oito dos 19 corpos têm a máscara cadavérica (esqueleto da face) intacta, o que pode facilitar o reconhecimento. Os corpos que não puderem ser identificados por impressão digital ou exame da arcada dentária serão submetidos a exames de DNA.

¿ Há corpos carbonizados que não podem ser reconhecidos e provavelmente passarão por exame de DNA, que leva de 20 a 30 dias para ficar pronto . Mas acreditamos que até amanhã (hoje), a maior parte dos corpos já estará identificada ¿ detalhou Ancillotti.

Abalados, os parentes pouco saíram do Othon. Alexandre Lattari, irmão de Marco Lattari ¿ uma das vítimas do avião que trabalhava na Transocean, prestadora de serviços da Petrobrás ¿ não sabia o que fazer. Andando de um lado para o outro em frente ao hotel, ele estava preocupado com a mãe.

¿ É o segundo filho que minha mãe perde, meu outro irmão morreu em um acidente de carro. Eu não sei o que fazer, ainda não caiu a ficha ¿ contou Alexandre.