Título: Portas abertas para parceria
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/12/2004, Rio, p. A-15

Rosinha diz que Força Nacional pode vir, desde que em cooperação com Estado

A Força Nacional, o grupo de elite do governo federal que foi deslocado ao Espírito Santo, só virá ao Rio se for para cooperar com o governo estadual no combate ao crime. É o que pensa a governadora Rosinha Matheus, diferente da intenção de representantes da área de segurança pública do Ministério da Justiça, que defendem a intervenção no Estado. Na edição de ontem, o Jornal do Brasil publicou a declaração do ministro da Justiça de que o governo estadual ''não pediu a presença da Força Nacional, mas que o grupo estaria à disposição da governadora''. O governo estadual apóia a presença da força, mas desde que seja de forma integrada com a Secretaria de Segurança Pública.

A governadora Rosinha Matheus informou, através de sua assessoria, que a ''colaboração entre o Estado e a União é fundamental''. A demonstração disso, segundo ela, foi o pedida presença do Exército nas ruas do Rio durante o Carnaval de 2003. Na ocasião, havia risco de conflitos patrocinados por traficantes.

- Nós nunca nos colocamos em posições antagônicas ao governo federal. Somos parceiros no combate ao crime e estamos trabalhando de forma integrada - afirmou o secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, que deve convocar para os próximos dias a reunião do gabinete integrado de segurança formado por representantes dos governos estadual e federal.

A integração, segundo o governo estadual, vem acontecendo nas ações da área de inteligência. O segundo passo da cooperação será dado com o treinamento que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) dará ao integrantes da Força Nacional. O grupo composto por policiais de vários estados do país receberá informações do Bope sobre confrontos em favelas ou morros da cidade.

- O Rio tem um governo. Através de integração com o governo federal podemos fazer um bom trabalho para reprimir a criminalidade - disse Itagiba.

A presença da Força Nacional no Rio começou a ser discutida nesta semana com a visita de representantes do Ministério da Justiça à cidade. O grupo de elite foi enviado ao Espírito Santo após grupos armados queimarem 10 ônibus em Vitória, capital do Estado, há 15 dias. Não há prazo para a ação da força coordenada pelo governo federal.