Título: Prioridade para pesquisa
Autor: Helena Mader
Fonte: Jornal do Brasil, 02/12/2004, Brasília, p. D-3

O plano do GDF de transformar Brasília em um pólo tecnológico ganhou um impulso ontem, com o lançamento da política de desenvolvimento científico e tecnológico. O projeto será enviado pelo governador Joaquim Roriz ainda este mês à Câmara Legislativa. O principal ponto da política de ciência, tecnologia e inovação do DF é a integração entre as atividades científicas e o desenvolvimento econômico da cidade. Para alcançar essa meta, o projeto anunciado propõe que 50% dos recursos sejam investidos em pesquisas aplicadas e de resultados. Estão previstos no orçamento do ano que vem cerca de R$ 58 milhões para investimentos no setor.

- Esta é uma política de Estado, e não de governo. Ela focaliza o desenvolvimento da competitividade da nossa base produtiva, visando a melhoria das condições de vida dos cidadãos, a geração de emprego e renda e a solução dos problemas sociais e econômicos da cidade - explica o secretário de Ciência e Tecnologia, Izalci Lucas.

A Lei Orgânica do DF exige que 2% dos recursos orçamentários sejam aplicados em pesquisas científicas. Izalci estima que a secretaria receba R$ 35 milhões no ano que vem e a Fundação de Apoio à Pesquisa outros R$ 23 milhões. O secretário ainda espera obter da bancada do DF no Congresso Nacional apoio para a obtenção de R$ 22 milhões em recursos federais para o setor.

Além da política do GDF, o secretário também apresentou a uma platéia de empresários e acadêmicos os principais projetos do governo, como o Parque Capital Digital, o Parque Tecnológico Sucupira e a Cidade da Saúde. Para estimular o setor, o GDF quer estreitar o contato entre o meio acadêmico e as empresas.

O ministro de Ciência e Tecnologia, Eduardo Campos, elogiou a política anunciada pelo governo local e os projetos do GDF para o setor. Ele classificou a proposta de ''inovadora''.

- Este projeto olha para o futuro e representa a sinergia entre as política estaduais e a política estratégica do Ministério da Ciência e Tecnologia - garante Eduardo Campos.

Apesar do foco em pesquisas aplicadas, os projetos de excelência também estão recebendo recursos do governo. Este ano, R$ 7,2 milhões foram destinados ao Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex). Os recursos são do GDF e do governo federal.

Participaram do evento o reitor da UnB, Lauro Mohry, a vice-governadora, Maria de Lourdes Abadia, o secretário nacional de Ciência e Tecnologia para Inclusão Social, Rodrigo Rollemberg e o vice-presidente da Federação das Indústrias, Ricardo Caldas.