Título: País sofre com onda de violência
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Fonte: Jornal do Brasil, 06/12/2004, Internacional, p. A-8

Seqüência de atentados comandada por rebeldes mata 70 e fere dezenas. Insurgentes voltam a atacar após operação em Faluja

BAGDÁ - Pelo menos 17 iraquianos empregados pelo Exército americano e quatro militares morreram em três ataques violentos realizados ontem na zona rebelde sunita ao norte de Bagdá, elevando para 70 o número de mortos durante o fim de semana. A onda de violência ainda causou mais 35 feridos, todos iraquianos.

O porta-voz do Exército americano, Robert Powell, disse que os iraquianos trabalhavam para uma sociedade americana encarregada de destruir munições do Exército de Saddam Hussein, a Bushmaster Inc., que atuava em Tikrit, e foram apanhados de surpresa em uma emboscada armada por insurgentes. Os iraquianos saíam todas as manhãs na mesma hora para trabalhar em Al Hamra, segundo fontes locais.

Uma hora depois, um atentado realizado com um carro-bomba perto de Baiji, 200 km ao norte de Bagdá, matou três guardas nacionais iraquianos e feriu outros 18, de acordo com o capitão do Exército Bill Cooppernoll.

- Os soldados americanos levaram os feridos até um base próxima - ressaltou o capitão, acrescentando que tiroteios também foram registrados entre os guardas nacionais e os rebeldes depois do ataque.

O capitão Coppernoll acrescentou que um soldado iraquiano morreu e outros quatro ficaram feridos em um terceiro ataque realizado perto de Samarra, a 125 km ao norte de Bagdá.

Ao sul da capital, um guarda nacional e outros quatro foram feridos no sábado, no ataque da guerrilha em Latifiya, no dia seguinte ao término da operação Plymouth Rock contra os rebeldes do chamado ''triângulo da morte''.

Por outro lado, o Exército americano anunciou ontem a morte de dois de seus soldados, ocorrida no dia anterior em um enfrentamento na mesquita de Mossul, a 370 km ao norte de Bagdá, no qual seis rebeldes também perderam a vida.

No total, quatro soldados americanos morreram no sábado, em uma jornada especialmente violenta e que registrou ainda a morte de 17 combatentes curdos da União Patriótica do Curdistão (UPK) em um atentado suicida em Mossul.