Título: Aos 25 anos, Selic ainda confunde
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 06/12/2004, Economia & Negócios, p. A-17

Quando o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne em Brasília, todos os meses, para decidir o futuro da taxa básica de juros (a Selic), economistas, empresários e muitos consumidores páram para acompanhar o debate em torno da política monetária. Quase ninguém sabe, porém, o significado da sigla que é o foco das discussões. O Sistema Especial de Liquidação de Custódia (Selic), que deu origem à taxa homônima, chega aos 25 anos, recém-completados, mais presente do que nunca no dia-a-dia da população brasileira.

Ao ser criado pelo Banco Central e pela Associação Nacional das Instituições de Mercado Aberto (Andima), em 1979, o Selic visava dar maior transparência às negociações dos títulos públicos, já que antes os compradores dos papéis só tinham o cheque compensado no dia seguinte, o que aumentava os riscos. Hoje, o Selic, um sistema eletrônico que permite a atualização diária das posições das instituições financeiras, além de assegurar maior controle sobre as reservas bancárias, movimenta diariamente mais de R$ 100 bilhões.

- O Selic registra todas as operações dos títulos da dívida. Dessa forma, há a taxa Selic, uma média de todas as operações diárias, que serve, é claro, como referencial para a rolagem da dívida pública. Assim, a taxa paga pelos títulos do governo acaba funcionando como taxa básica do país. Em grande parte, porque é a mais segura do mercado, já que é paga pelo próprio governo - afirma Paulo Eduardo Sampaio, superintendente-geral da Andima.

Com o intuito de comemorar o aniversário do Selic, a Andima e o BC realizam hoje o ciclo de debates Selic 25 anos, tendo como temas centrais a taxa de juros, a estabilidade e o crescimento da economia. Os presidentes do BC, Henrique Meirelles, e da Andima, Edgar da Silva Ramos, participam da abertura. O encerramento contará com a presença do ministro da Fazenda, Antonio Palocci.

- O Selic foi a primeira grande parceria público-privada do país. De um lado, o governo administra o sistema e, do outro, os investidores fazem o sistema funcionar, através da Andima. Para 2006, já trabalhamos no desenvolvimento do novo Selic. A mudança é focada em alterações na infra-estrutura dos softwares - ressalta Sampaio.