Título: Alerj acata relatório sobre Calazans
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 07/12/2004, País, p. A4

Mesa Diretora vai decidir futuro político de deputado acusado de extorquir bicheiro para evitar CPI

A Mesa Diretora da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) acatou por unanimidade o relatório da Corregedoria-Geral, que acusa o deputado estadual Alessandro Calazans (afastado do PV) de quebra de decoro parlamentar. Presidente da CPI que investigou a Loterj na gestão de Waldomiro Diniz, ex-assessor da Casa Civil, Calazans está sendo acusado de ter cobrado dinheiro para deixar de fora o nome do empresário de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, do relatório final da comissão. A decisão de acatar o relatório da Corregedoria-Geral foi tomada por unanimidade pelos nove integrantes da Mesa Diretora, em uma rápida reunião, que durou cerca de quinze minutos.

Calazans terá que apresentar uma defesa escrita até 15h da próxima quinta-feira, segundo anunciou a Mesa Diretora. No dia seguinte, o deputado estadual terá a chance de apresentar à Mesa Diretora, em dez minutos, uma defesa oral de suas argumentações.

A seguir, os integrantes da Mesa Diretora voltarão a se reunir para uma nova votação. Caso as explicações de Calazans não tenham convencido os nove deputados, o caso será encaminhado para a Comissão de Constituição e Justiça da Alerj.

A comissão dará a Calazans mais 45 dias para apresentar defesas e testemunhas. Depois desse prazo, a comissão anunciará sua decisão, que vai à apreciação do plenário da Assembléia.

No plenário, os 70 deputados vão decidir se Calazans será punido. As penas previstas são de advertência, suspensão, ou até a cassação do mandato.

Calazans tem dito que é inocente da acusação. Ele alega que o relatório da CPI faz pesadas acusações contra Carlinhos Cachoeira, além de pedir sua prisão.

Espírito Santo O ex-presidente da Assembléia Legislativa do Espírito Santo, José Carlos Gratz, foi preso ontem, em sua casa em Vitória, acusado de participar de esquema de corrupção que resultou na contratação superfaturada de uma seguradora para a sede da Assembléia, em 2001. Gratz é acusado de formação de quadrilha e peculato.