Título: Embratel vai investir em satélites
Autor: Thaís Costa
Fonte: Jornal do Brasil, 07/12/2004, Economia & Negócios, p. A18

Empresa pretende aportar US$ 600 milhões e está de olho no cliente corporativo

Depois de alongar o perfil de sua dívida com a emissão de commercial papers, a Embratel começa a pôr em prática um plano de reestruturação operacional. O foco da maior rede integrada de telecomunicações do país será, a princípio, fornecer serviços de voz ao cliente corporativo. Para isso usará o braço de satélites da Star One, subsidiária que receberá US$ 600 milhões em investimentos entre este ano e 2007. O objetivo é continuar a receber e transmitir sinais de televisão, rádio, telefone, internet e dados para aplicações de entretenimento, telemedicina, teleducação e negócios. Além disso, a Embratel estuda como tirar proveito de todas as suas controladas, quando a regulamentação assim o permitir. Os dois códigos de longa distância, por exemplo - 21 da Embratel e 36 da Claro -, serão unificados. O presidente da empresa, Carlos Henrique Moreira, comentou que o código escolhido será o 21.

Adquirida formalmente da MCI pela Telmex em agosto deste ano, a Embratel tenta se reposicionar no mercado.

- A Embratel sempre teve rede forte e competência em tecnologia, mas agora está focada na segmentação. Reorientamos a organização para vender, correr atrás do mercado - afirmou Moreira.

Como a agência reguladora ainda não definiu de forma conclusiva o acesso alugado às redes das concessionárias, conhecido no setor pelo jargão de unbundling, a Embratel não vai se concentrar na oferta de serviços de voz ao cliente residencial.

- Nosso foco, no momento, é o corporativo - disse o presidente.

Completamente ocupados atualmente e muito voltados à transmissão de sinais de televisão, os quatro satélites da Embratel - B1, B2, B3 e B4 - estão próximos do fim de sua vida útil - 2006 e 2007, daí a necessidade de investimento. O programa prevê que o satélite denominado C1, que custou US$ 260 milhões, reponha a capacidade do B1 em 2006. Ao mesmo tempo, estenderá a cobertura que antes era só do Brasil também à América do Sul, aos Estados Unidos e ao México.

- Seremos fornecedores da matriz - divertiu-se Edson Soffiatti, presidente da Star One.

O C2, de US$ 200 milhões, terá o contrato assinado esta semana e entrará em órbita no início de 2007. E o C12, de US$ 100 milhões, já foi adquirido para servir de peça de remanejamento no primeiro trimestre do ano que vem. É compartilhado e permanece em stand by como back up para os demais. Os desembolsos são graduais e Moreira não explicitou a origem do recursos.