Título: Mortos passam de 153 mil
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 08/01/2005, Internacional, p. A8

O número de mortos pelo maremoto que arrasou a Ásia em 26 de dezembro subiu para mais de 153 mil, nos 13 países atingidos, inclusive na África. Na Indonésia, a nação mais afetada pelo tsunami, os mortos chegam a 101.318. Ontem, sete mil corpos foram descobertos em uma área distante, nas ilhas indonésias.

Mais de 1 milhão de pessoas viviam em áreas isoladas da costa da província de Aceh, antes do terremoto submarino de 9 graus na escala Richter, que transformou a região no marco zero da tragédia.

- Acho que não estamos perto sequer de estimar quantas pessoas morreram, quantas estão desaparecidas, quantos sobreviventes foram severamente afetados pelas ondas gigantescas - desabafou o coordenador da ajuda de emergência da ONU, Jan Egeland.

Segundo a organização, um terço da população de 120 mil pessoas da remota Meulaboh, em Aceh, foi morta ou arrastada pelo tsunami. O Sul da cidade foi descrito como um ''buraco negro''.

- Não temos informação do que aconteceu em Meulaboh. É uma grande preocupação - disse Michael Elmquist, chefe da assistência da ONU na capital da província, Banda Aceh.

Imagens de satélite mostram o tamanho da destruição:

- Áreas que costumavam ser terra hoje são mar - acrescentou Elmquist.

- A única maneira de descrever algumas das vilas é... extinta - disse o piloto de helicóptero americano Scott Cohick.

O secretário-geral da ONU, Kofi Annan, sobrevoou Aceh ontem, em companhia do presidente do Banco Mundial, James Wolfensohn.

- Onde estão as pessoas? - espantou-se Annan.

O secretário de Estado americano, Colin Powell, também expressou seu choque com a escala do desastre, ao visitar o Sri Lanka:

- A destruição que vemos é significante. Não é apenas sobre prédios derrubados, mas vidas que foram tiradas, pessoas desaparecidas.

Os corpos das duas vítimas brasileiras do tsunami, a diplomata Lys Amayo e seu filho Gianluca, chegam esta manhã ao Rio de Janeiro. Os enterros serão realizados no Cemitério do Caju, na zona portuária. Lys e o menino, que tinha 10 anos, estavam de férias na ilha de Phi Phi, na Tailândia. O italiano Antonio D'Avola, marido da brasileira, está desaparecido. Thaís, filha da diplomata, está voltando ao Brasil com a avó Theresa Amayo.