Título: Recomendações
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 18/01/2005, Internacional, p. A7

1. A colocação em andamento, a partir de 2006, por parte dos governos dos países em desenvolvimento, de estratégias ambiciosas com o objetivo de alcançar os ODM até 2015. Os oito ODM, definidos em 2000, são os seguintes: reduzir para a metade a extrema pobreza e a fome, garantir o nível mínimo de educação primária a todas as crianças do mundo, promover a igualdade de sexos na educação, reduzir em dois terços a mortalidade infantil e a mortalidade materna, frear de agora até 2015 as epidemias da Aids e a malária, garantir a proteção do meio ambiente para um desenvolvimento sustentável, instaurar uma sociedade global para o desenvolvimento.

2. Utilização dessas estratégias como base de um aumento dos investimentos públicos, recursos para as fontes locais dos países receptores e a ajuda pública para o desenvolvimento (APD) da parte dos países doadores.

3. Estas estratégias devem ser transparentes e abertas, incluindo a sociedade civil, o setor privado e os sócios internacionais.

4. Identificação por parte dos doadores, a partir de 2005, de vários países fast-tracks, pobres, mas prontos para receber e gerenciar convenientemente uma APD incrementada. Primeiras sugestões: Mali, Burkina Faso, Etiópia, Gana, Mauritânia e Iêmen.

5. Lançamento, a partir de 2005, conjuntamente por todos os países ricos e pobres de uma série de ações de ¿ganho rápido¿ (Quick Win), projetos não tão onerosos, mas de forte impacto.

6. Alinhamento rápido das estratégias nacionais dos países pobres sobre as iniciativas regionais, como o Nepad (África) e o Caricom (Caribe).

7. Aumento da Ajuda Pública do Desenvolvimento dos países ricos de 0,25% de seu PNB médio em 2003 a 0,44% em 2006 e de 0,54% em 2015, assim como melhoramento da qualidade de ajuda (harmonizada e sob a forma de doações e não de empréstimos).

8. Abertura dos mercados dos países ricos às exportações dos países pobres. Colocar em andamento entre este ano e 2006 os acordos de Doha.

9. Apoio dos doadores aos esforços de pesquisa em assuntos que interessam os países pobres, como saúde, agricultura, gestão de recursos e de meio ambiente, energia, clima.

10. Reforço da coordenação entre agências, fundos e programas da ONU para facilitar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.