Título: Emprego industrial estagnado
Autor: Samantha Lima
Fonte: Jornal do Brasil, 18/01/2005, Economia, p. A17

O número de vagas na indústria em todo o país teve variação nula em novembro, na comparação com outubro, apontou a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário do IBGE. É o segundo mês seguido em que não há expansão do emprego no setor , depois de cinco altas seguidas. A estagnação acompanha os números da produção industrial, que caiu 0,4% no mesmo período, conforme divulgado semana passada pelo IBGE. No acumulado do ano, o avanço no número de vagas atingiu 1,7%. Entre os estados que mais contrataram, destacam-se São Paulo, que ampliou sua mão-de-obra industrial em 1,2%, e Minas Gerais, com avanço de 4,3% no mesmo período.

- Os estados que mais avançaram são locais que concentram unidades industriais ligadas à produção de bens de capital e de bens de consumo, que foram as que apresentaram melhor desempenho ao longo do ano - explica André Macedo, economista da coordenação de indústria do IBGE.

Entre os setores pesquisados, os que mais abriram vagas até novembro foram os de máquinas e equipamentos, com crescimento de 13,9%, alimentos e bebidas (3,3%) e meios de transporte (7,2%).

- Mais uma vez, são avanços que refletem o aumento no nível de produção. Não podemos dissociar uma coisa da outra - ressalta Macedo. - O caso dos alimentos são uma exceção positiva do grupo de bens não-duráveis, que ainda não se recuperaram. O avanço no número de vagas nesse ramo se explica pelo fato de alguns segmentos estarem ligados à exportação, refletindo seus bons resultados em 2004 - explica.

A folha de pagamento na indústria caiu pelo segundo mês consecutivo, com queda de 1%. Em outubro, o item já havia sofrido recuo de 0,9%. No acumulado até novembro, no entanto, os salários registraram alta de 9%. De acordo com o IBGE, esse movimento de alta reflete o resultado da indústria no decorrer de 2004 que, embora tenha apresentado uma acomodação a partir do segundo semestre, registrou taxas elevadas de crescimento nos primeiros meses do ano. Assim como no número de empregos, São Paulo e Minas Gerais lideraram a valorização salarial no ano, com avanços de 9,6% e 11,6%, respectivamente. Os setores de máquinas e equipamentos e meios de transporte lideraram a alta salarial, com avanços de 29,7% e 12.6%.