Título: Programa dentário para Planaltina
Autor: Rafael Baldo
Fonte: Jornal do Brasil, 12/01/2005, Brasília, p. D5

''Alguma coisa modificou-se em Planaltina, para melhor ou para pior''. A indefinição é do secretário de Saúde do Distrito Federal, Arnaldo Bernardino, sobre a situação dos desdentados da cidade-satélite. O número de pessoas que precisam de próteses parciais ou totais, segundo uma pesquisa feita pela Universidade de Brasília em 1998, é muito alto na região. Cerca de 40% da população precisaria de prótese dentária na cidade satélite. O secretário contestou os números e afirmou que a população carente nunca ficou sem atendimento e sempre foi encaminhada para a Diretoria de Saúde do Trabalhador (Disat), localizada na Asa Sul. Porém, nos últimos cinco anos, foram feitas apenas 498 próteses em pacientes de Planaltina, segundo dados da própria Diretoria.

- Planaltina é uma das cidades mais antigas da região, com o maior índice de pessoas na zona rural e possui a maior regional de saúde do Distrito Federal. Se considerarmos a idade média da população de lá, que é avançada, o índice dos que precisam de prótese é até baixo - analisa o secretário.

Apesar dos dez consultórios do Hospital Regional de Planaltina, a ação do Programa Família Saudável nas casas dos moradores, desenvolvido desde o ano passado, e da cobertura dos quatorze postos de saúde da cidade, os desdentados de Planaltina continuam em alto número. Por isso, a Secretaria declarou 2005 o ano da saúde bucal do DF.

- Os técnicos de prótese já estão selecionados, falta somente finalizar os seus contratos para que possamos começar os trabalhos do Programa - explica Bernardino.

Outra medida planejada é um convênio a se firmar com o Sesi do Distrito Federal, para a produção de 2.000 próteses. Elas passarão a ser fabricadas de acordo com a demanda dos consultórios públicos. Mais vinte gabinetes serão montados para tratamento da população no Hospital de Base.

Dois laboratórios a serem construídos no Gama e em Ceilândia prometem atender a população e recolher os moldes para a produção das protéses pelo convênio. Porém, não há até agora qualquer previsão para a instalação deste programa e para comprar o material necessário à retirada de moldes e fabricação de próteses.

O programa federal Brasil Sorridente, que começaria a funcionar no Distrito Federal a partir do dia 14 de janeiro, foi suspenso e não tem previsão de lançamento. Entre outros tratamentos, a ação do governo prometia a confecção de 500 próteses por mês.