Título: Novo teto para crédito imobiliário
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Fonte: Jornal do Brasil, 28/01/2005, Economia & Negócios, p. A20

Imóvel financiado poderá custar até R$ 350 mil

Folhapress

BRASÍLIA - O Conselho Monetário Nacional (CMN) anunciou ontem mudanças nas regras do Sistema Financeiro da Habitação. Entre outras alterações, o valor máximo do imóvel a ser financiado passou de R$ 300 mil para R$ 350 mil, e os bancos receberão incentivos para baixar os juros dos empréstimos.

O CMN também elevou o valor máximo do empréstimo a ser concedido, de R$ 150 mil para R$ 245 mil. Os prazos, os limites de renda e a redução dos juros continuarão sendo definidos pelos bancos. O CMN fixa apenas a taxa máxima a ser praticada, que hoje é de 12% mais a TR (Taxa Referencial).

Pelas normas em vigor, os bancos são obrigados a direcionar 60% dos saldos da caderneta de poupança para financiamentos da casa própria. Para os bancos que praticarem juros abaixo de 12%, essa regra será mais flexível.

Segundo o diretor de Normas do Banco Central, Sérgio Darcy, um financiamento de R$ 60 mil concedido a juros de 9% ao ano poderá ser computado, para o cálculo do direcionamento obrigatório como se fosse um empréstimo de R$ 180 mil.

O CMN ainda reduziu o volume mínimo de dinheiro que os bancos são obrigados a destinar para o crédito habitacional. Se fossem respeitar o limite mínimo equivalente a 60% do saldo da poupança, o sistema financeiro deveria liberar entre R$ 8 bilhões e R$ 10 bi para o setor. Em vez de levar em conta o saldo da poupança, os bancos poderão aumentar em 30%, na comparação com 2004, a oferta de financiamentos imobiliários. Essa mudança valerá até março, quando será feita uma reavaliação.

Em 2004, segundo a Abecip (associação dos bancos que operam com crédito habitacional), foram liberados R$ 3,060 bilhões em empréstimos, que serviu para financiar 54.467 imóveis. O crescimento em relação a 2003 foi de 38,1%.