Título: PMDB parte para o segundo round
Autor: Mariana Santos
Fonte: Jornal do Brasil, 29/01/2005, Brasília, p. D3

Um dia depois de ''lavarem a roupa suja'', distrais do partido ainda trocam acusações. E Edmar é criticado por ameaçar Eurides

Os distritais do PMDB viveram ontem uma espécie de ''segundo tempo'' da troca de farpas que aconteceu na primeira reunião do ano da bancada, anteontem, na sala da liderança na Câmara Legislativa. Criticado por membros da Frente Democrática, que o elegeu 2º secretário da Casa, o deputado José Edmar, segundo colegas, teria negado as ameças de cassação à deputada Eurides Brito durante o encontro, divulgadas pela imprensa. Participantes da reunião confirmaram, na saída, que Edmar teria dito que reúne os 13 votos necessários para ''acabar'' com a inimiga declarada, sob acusações de formar caixa dois durante a campanha eleitoral de 2002. Integrantes do Bloco reagiram diante da suposta afirmação de Edmar. Segundo a deputada Eliana Pedrosa (PFL), uma das articuladoras da aliança suprapartidária, garante que nunca foi discutida entre os 13 membros uma possível união para cassar Eurides.

- Nenhuma reunião abriu espaço para esta pauta, até porque a Frente foi construída para outros objetivos - afirmou Pedrosa. A deputada disse ainda que Edmar negou as afirmações na reunião. Segundo ela, o peemedebista Odilon Aires também disse não ter ouvido tais ameaças.

Um participante do encontro garantiu ao JB não ter ouvido o termo ''cassação'', mas garante que Edmar - que não foi encontrado ontem à tarde em seus celulares - disse que ''não daria trégua'' este ano à Eurides.

- As pessoas que fazem besteiras às vezes resolvem criar novas versões - disse a distrital ao saber da polêmica levantada.

Indignado com a reprimenda que recebeu do deputado Pedro Passos, líder do PMDB, Wilson Lima resolveu descontar o tom com que foi cobrado por um suposto recuo no apoio à candidatura de Passos à presidência da Casa. Chamando o atual líder de ''imaturo'', Wilson jura que só prometeu apoio a Passos caso este fosse oficialmente o candidato escolhido pelo governador Joaquim Roriz.

- Depois viu-se que o candidato de Roriz era Eurides, e não ele, como dizia. Ele [Passos]mostrou-se descontrolado. A Casa teria perdido muito se ele fosse eleito - afirmou o deputado. E ainda fez uma aposta: ''ele vai levar o PMDB à implosão''.

Durante o encontro de quinta-feira, Wilson Lima ratificou sua pretensão de deixar o PMDB até outubro, quando termina o prazo para filiações. Mas ele ainda não definiu quando sairá. O deputado quer evitar uma eventual disputa na lista dos mais votados no próximo pleito, para conseguir uma vaga na Câmara.