Título: Cesar vai ao Sul em pré-campanha
Autor: Ana Paula Verly
Fonte: Jornal do Brasil, 14/01/2005, País, p. A6

O prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), esteve ontem em Florianópolis (SC) para a primeira escala da jornada em busca de apoios que garantam sua candidatura à Presidência da República. O presidente nacional do partido, senador Jorge Bornhausen, disse que a escolha ''é unânime''.

- A decisão sobre candidatura própria foi estratégica. Ela uniu o partido em torno de um nome, comprovado eleitoral e administrativamente, e único administrador do Brasil que não se queixa de não ter dinheiro em caixa - explicou Bornhausen.

A afirmação foi feita em entrevista coletiva na Assembléia Legislativa de Santa Catarina, à qual também compareceram o deputado estadual e presidente da Casa, Onofre Santo Agostini, e o presidente estadual do PFL, Raimundo Colombo, entre outros parlamentares. Cesar disse não acreditar que a pré-candidatura vá atrapalhar sua gestão como prefeito do Rio. Em seu discurso, o prefeito carioca atacou o governo federal.

- Nossas críticas são contra a política cambial, a política de desestabilização da moeda, com uso abusivo dos juros e ao comércio externo, que se relaciona com mercados que não existem em vez de buscar grandes mercados dos EUA e União Européia - destacou.

Cesar Maia também criticou diretamente o presidente Luiz Inácio Lula da Silva:

- Mesmo nesse repique de crescimento de 2004, a taxa de desemprego praticamente não mudou. O presidente Lula, do outro lado, não trabalha, não despacha, não reúne ministros e não comanda governo. Ele vai a feiras, inaugurações e congressos. Faz discurso que ele lê, que não se coloca em jornal. O improviso do presidente é um falso improviso. É uma brincadeira, uma graça, uma metáfora, que é o que aparece no jornal. E ele vai cativando a população e o país vai afundando.

O prefeito ainda questionou a ética do PT.

- Na oposição, o PT se pautava pelo discurso da ética. E é um governo que não deixa nada a dever aos piores em matéria de ética. Os escândalos acontecem nos gabinetes e o comando do presidente não entra. É um governo que se omite.

Por fim, chamou atenção para a administração de São Paulo.

- O governo federal, de forma discriminatória com outras cidades, colocou R$ 1 bilhão na cidade de São Paulo. Acaba o governo e, quando se abre a caixa: um desastre - destacou.

Bornhausen disse que o ''desafio'' do PFL para os próximos anos é ''crescer com geração de empregos''.

- Estamos estudando um modelo para esse crescimento, visando cortar gastos para ter menos impostos e mais empregos - resumiu, anunciando ainda seminário e congresso sobre o ''modelo econômico'', para março e maio, respectivamente.

Uma possível aliança com o PSDB não foi descartada.