Título: Nova regra impõe limite técnico
Autor: Marco Antonio Barbosa, Marcela Canavarro
Fonte: Jornal do Brasil, 24/01/2005, Economia e Negócios, p. A19

A Vasp começou suas atividades em 1934, com atuação no Estado de São Paulo. Antes de completar um ano, os prejuízos financeiros obrigaram a empresa a pedir auxílio ao poder público, que assumiu o controle acionário da companhia. Como empresa de capital misto, passou a contar com subvenção estatal. Em 1936, a companhia começou a atuar em rotas interestaduais no eixo Rio-São Paulo e, na década de 60, já estava presente em todo o território nacional.

A suscetibilidade às trocas de governo e os seguidos resultados financeiros negativos estimularam a privatização da companhia, em 1990.

A crise se agravou em 2004, quando a empresa teve a falência pedida três vezes. Com vultosas dívidas trabalhistas correndo na Justiça e aproximadamente R$ 11,5 milhões em débitos acumulados com a Infraero, a companhia enfrenta dificuldades com os próprios custos de manutenção e operação dos vôos. No início do ano passado, a participação da Vasp no mercado brasileiro era de 11,46% e despencou para 0,75% em dezembro.

Agora, a empresa se encontra diante de mais um problema operacional, causado pela mudança da legislação internacional que regula o tráfego aéreo e que pode deixar 19 das 26 aeronaves de sua frota no chão.

No último dia 20, a International Commercial Aviation Organization (Icao) reduziu a distância vertical entre duas aeronaves. A medida melhora o tráfego aéreo e ajuda a diminuir a queima de combustível, o que beneficia o meio ambiente e economiza recursos para as companhias, além de refletir em maior pontualidade para os passageiros.

São boas notícias para todos, exceto para a Vasp que terá de atualizar os 19 Boeing 737-200 que possui e têm limitações técnicas incompatíveis com a nova legislação. A Vasp terá de enfrentar o alto custo para a atualização e a falta de crédito junto às instituições financeiras.