Título: Bolsa fecha em alta de 0,94% apesar do Fed
Autor: Grynbaum, Michael M.
Fonte: Jornal do Brasil, 03/04/2008, Economia, p. A17

A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) perdeu força com o discurso de Ben Bernanke, presidente do banco central americano, mas ainda conseguiu concluir os negócios em terreno positivo ontem.

Investidores receberam de forma mais calma do que poderia se supor a declaração de Bernanke. Para alguns profissionais das mesas de operações, o titular do Federal Reserve fez um discurso vago a respeito das próximas medidas da autoridade monetária e somente admitiu o que já se comenta há muito tempo no setor financeiro.

O Ibovespa ¿ principal termômetro da Bolsa ¿ encerrou o pregão de hoje em alta de 0,94%, aos 63.364 pontos. O giro financeiro foi de R$ 5,77 bilhões, pouco acima da média de março. Nos EUA, o índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, cedeu 0,36%.

O dólar comercial foi cotado a R$ 1,727 para venda, em declínio de 1,03%. A taxa de risco-país marca 266 pontos, em retração de 1,48%.

A recuperação da Bolsa foi sustentada principalmente pelo desempenho das ações da Petrobras, que movimentaram mais de R$ 1 bilhão, e por papéis do setor elétrico, a exemplo de Cemig (4%) e Copel (3,02%), papéis que o mercado ignorou nos últimos dias.

A ação preferencial da petrolífera valorizou 2,65%, para R$ 77,77, enquanto a ordinária teve alta de 1,15%, para R$ 93,50, numa jornada em que o barril de petróleo chegou perto de US$ 105 em Nova York.

A ação preferencial da Vale, outro papel bastante negociado, teve perdas de 1,15%, para R$ 51,30.

¿ O mercado optou um pouco pela ação da Petrobras e deixou a ação da Vale um pouco de lado, por causa da recessão nos EUA. A tendência é que, se confirmarem esse cenário por lá, isso tenha efeito sobre o preço das commodities ¿ comenta José Costa Gonçalves, da corretora Indusval.