Título: Brasil se oferece para organizar cúpula
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 03/04/2008, nternacional, p. A21

A crise provocada pela operação militar colombiana no Equador, no início de março ¿ que deixou 20 mortos, incluindo o número 2 das Farc, conhecido como "Raúl Reyes" ¿ atrasou a realização da cúpula presidencial extraordinária da União de Nações Sul-americanas (Unasul), que aconteceria em Cartagena, na Colômbia, semana passada. Na tentativa de retomar o diálogo e superar dificuldades na definição de nova data, o Brasil se ofereceu ontem para organizar o encontro em maio, no Rio.

O presidente Luiz Inácio "Lula" da Silva diz ter conversado com seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, que teria aceitado a idéia, garantido sua presença no encontro.

¿ Seria uma cúpula extraordinária para discutir especificamente os assuntos de integração e acordos que temos pendentes ¿ comentou o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, dando a entender que a intenção é conversar sobre assuntos em que os países já estejam de acordo.

Elogio

Em meio às pressões francesa e colombiana às Farc, o embaixador da Colômbia no Brasil, Tony Jozame Amar, disse, em tom de elogio, que o país pode ajudar na libertação de Ingrid Betancourt e outros reféns. O que dependeria da "vontade das Farc de libertá-los".

¿ Estamos muito satisfeitos com a posição do governo, encabeçada pelo chanceler Celso Amorim, ao afirmar que as Farc devem entregar os reféns pois, do contrário, não pode haver negociação ¿ analisou Amar.

A comissão de mediação aceita pela Colômbia é formada pela Igreja Católica, Espanha, Suíça e França. Mas Amar reiterou que o país acolhe "com muito interesse" a participação de países amigos, como o Brasil, a quem destacou a atuação na resolução da crise desencadeada pelo ataque ao Equador em 1º de março. O diplomata elogiou também a decisão brasileira de não reconhecer o caráter de beligerância das Farc.