O Globo, n. 32.301, 13/01/2022. Política, p. 6
Presidente libera voos na classe executiva para ministros
Daniel Gullino
O presidente Jair Bolsonaro editou um decreto liberando voos na classe
executiva para ministros do governo federal e outras autoridades em cargos de
confiança, desde que sejam em viagens internacionais que durem mais de sete
horas. O texto foi publicado ontem no Diário Oficial da União (DOU), com a
assinatura de Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes.
Em
2018, o então presidente Michel Temer editou um decreto estabelecendo que “a
passagem aérea destinada ao servidor e aos respectivos dependentes será
adquirida pelo órgão competente sempre na classe econômica”. Quem quisesse uma
passagem melhor deveria pagar a diferença.
O
novo decreto não altera o texto anterior, mas acrescenta um parágrafo,
determinado que “a passagem aérea poderá ser emitida na classe executiva quando
a duração do voo internacional for superior a sete horas”.
A
medida vale para ministros de Estado e ocupantes dos principais cargos de
confiança, como secretário-executivo e secretários especiais, além de
servidores que estiverem substituindo ou representando essas autoridades.
Segundo o Ministério da Economia, cerca de 520 pessoas devem ser beneficiadas,
de um total de 33 mil servidores.
De
acordo com a Secretaria-Geral da Presidência, o
“decreto tem por objetivo mitigar o risco de restrições físicas e de impactos
em saúde dos agentes públicos que precisam se afastarem serviço da União ao
exterior afim de tentar atenuar eventuais efeitos colaterais em face de déficit
de ergonomia e evitar que tenham terem suas capacidades laborativas afetadas”.
Ministros
também podem utilizar aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) para
deslocamentos, por emergência médica, segurança ou viagem a serviço. A mesma
regra vale para o vice-presidente, para os presidentes da Câmara, do Senado e
do Supremo Tribunal Federal e par aos comandantes das Forças Armadas.