Título: Sudeste puxa produção industrial para baixo
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 05/04/2008, Economia, p. A18
Depois da forte expansão de 2,8% em janeiro, a indústria paulista pisou no freio e a produção caiu 1,5% em fevereiro na taxa livre de efeitos sazonais. O desempenho refletiu a retração das indústrias farmacêutica e automobilística naquele mês e foi determinante para a queda média de 0,5% do indicador da indústria nacional, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Das 14 áreas pesquisadas pelo instituto, cinco registraram resultados negativos, incluindo São Paulo. Também se destacaram as quedas de Minas Gerais (-1,6%) e Rio de Janeiro (-0,9%). Os três Estados representam cerca de 60% da produção do setor. Ainda tiveram resultados negativos as indústrias de Amazonas (-2,4%) e Paraná (-1,5%).
De janeiro para fevereiro, a indústria farmacêutica viu a produção cair 33% na média nacional sob impacto de férias coletivas de algumas unidades. Rio e São Paulo são os mais importantes pólos do setor.
Após meses seguidos de bons resultados, a produção de veículos desacelerou em fevereiro, diz Isabella Nunes, técnica do IBGE responsável pela pesquisa. Como o setor tem peso significativo em São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, puxou para baixo a produção nessas regiões.
Os melhores resultados regionais, por sua vez, ficaram com Ceará (3,4%) e a Bahia (2,8%). Os destaques foram os ramos de alimentos e bebidas e calçados, no caso cearense, e das indústrias química e de papel e celulose, na Bahia.
Apesar da retração em importantes Estados na comparação com janeiro, Nunes diz que, no conjunto, os dados são positivos. Cita a expansão em todas as áreas na comparação com o março de 2007.
Expansão
Nessa base, as maiores altas ficaram com Pernambuco (18,8%), Goiás (18,1%) e Amazonas (17,4%). Na média nacional, a indústria cresceu 9,7% ante março de 2007.
¿ Não se pode falar em uma inversão de tendência (de crescimento da indústria). O que houve foi uma certa acomodação em fevereiro ¿ explica Isabella Nunes.
No primeiro bimestre, houve expansão em todas as regiões. A liderança ficou com o Amazonas (17,7%). Em São Paulo, alta de 10,5% ¿ acima da média, de 9,2%. Puxaram o setor, diz Nunes, o aumento da demanda por bens duráveis (veículos especialmente) e máquinas e equipamentos, além do bom desempenho de commodities destinadas às exportações (açúcar, siderúrgicos, petróleo e minério de ferro).
No indicador dos últimos 12 meses, a produção se acelerou. Esse dados, diz Nunes, indica que a produção da indústria ganhou ritmo em todo o país.