Título: Polícia divulga retrato falado de assassinos
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 16/02/2005, Brasilia, p. D4

O delegado-chefe da 4ª DP (Guará), João Carlos Lóssio, afirmou ontem que o assassinato do comerciante Fábio Lúcio Saraiva, 27 anos, e Narrinã Gomes Lucena, 21 anos, mortos, cada um com um tiro na cabeça, anteontem, se trata de um latrocínio (roubo seguido de morte) e não de uma execução planejada. A polícia descobriu que os três criminosos que seqüestraram o casal, na QE 40 do Guará, haviam roubado um carro em Taguatinga uma hora antes. Domingo à noite, o estudante André Marcelino de Alencar, 20 anos, estava no estacionamento de um cursinho pré-vestibular, na CSA 3, quando foi rendido por um trio de bandidos com a mesma descrição dos homens que raptaram Fábio e Narrinã. Os bandidos deram várias coronhadas na cabeça do rapaz, como fizeram com Fábio, e roubaram seu VW Gol e saíram em disparada.

No dia seguinte, o veículo de André foi encontrado, sem gasolina, no Setor de Oficinas do Guará, a 500 metros do local onde Fábio e Narrinã foram raptados. Para o delegado Lóssio, os criminosos roubaram o Gol de André e seguiram para o Guará. A gasolina do carro acabou e eles passaram a caminhar, em busca de novas vítimas.

Era 1h de segunda-feria, quando os bandidos viram Fábio e Narrinã conversando dentro do VW Golf do comerciante, na rua em frente ao prédio onde a mulher morava com sua mãe, Rivana Gomes Lucena, 21 anos. Esta viu toda a ação da varanda de seu apartamento.

Fábio recebeu várias coronhadas na cabeça e foi colocado no porta-malas do veículo. Narrinã foi obrigada a entrar no banco traseiro do carro. Rivana chamou a polícia, que iniciou patrulhamento ostensivo na área, mas nada encontrou. Os corpos do casal foram encontrados às 6h, numa estrada de chão que liga o Guará ao Setor de Oficinas Sul, num local próxima a linha do metrô e à Feira do Guará.

Rivana e André não conseguiram ver um dos bandidos, mas a descrição que ambos fizeram de dois dos criminosos coincide: um homem branco, de cabelos lisos e castanhos, usando calça jeans e camisa preta, e um negro de cabelos encaracolados, usando jaqueta jeans. Aparentemente, os dois têm cerca 1,70 m de altura e idade entre 20 e 27 anos.

- As vítimas deram nota 9 para o retrato falado do negro e 6,5 para o do branco - comentou Lóssio.

O delegado acredita que os assassinos tenham passagem pela polícia e enviou os retratos falado para todas as delegacias do DF, para que sejam comparados a fotografias de pessoas que já tenham sido presas. O delegado espera agora o resultado os peritos perícia no Gol e no Golf, que estão tentando encontrar impressões digitais.