Título: O coronel ataca, a Funai se defende
Autor: Correia , Karla
Fonte: Jornal do Brasil, 27/04/2008, País, p. A6

O acirramento dos conflitos na reserva Raposa/Serra do Sol, com a ação da Polícia Federal de retirada dos arrozeiros da região pôs em ponto de ebulição a querela em torno questão indígena no País. O debate, como mostrou a declaração do comandante militar da Amazônia, general Augusto Heleno, que chamou de "lamentável" e "caótica" a política indigenista do governo, coloca em lados opostos o pensamento das Forças Armadas e as ações da Fundação Nacional do Índio (Funai), ambos com presença intensiva na região e visões muito particulares sobre o que corre nos bastidores de cada conflito que acontece nas reservas. De um lado, os militares vêem como uma ameaça à soberania nacional a delimitação de reservas em área de fronteira e criticam particularmente a presença de ONGs estrangeiras e a coincidência do traçado das reservas com a localização de jazidas de minério. Do outro, a Funai vê os interesses fundiários como pano de fundo da polêmica, sobretudo no caso da Raposa/Serra do Sol. Em entrevista ao Jornal do Brasil, o coronel reformado do Exército Gélio Fregapani, Produzido pelo coronel Gelio Augusto Barbosa Fregapani, ex-coordenador do Grupo de Trabalho da Amazônia (GTAM), vinculado à Agência Brasileira de Inteligência (Abin), e o coordenador geral de identificação e delimitação de terras indígenas da Funai, Paulo Santilli, dão os dois lados do debate.