Título: Impacto é maior entre famílias de baixa renda
Autor: Lorenzi, Sabrina
Fonte: Jornal do Brasil, 21/04/2008, Economia, p. A19

A alta dos preços dos alimentos no mundo todo já provoca um rombo de 40% no orçamento da Organização das Nações Unidas (ONU). Para distribuir a mesma quantidade de comida que costumava realizar há meses atrás, a ONU está pedindo ajuda à comunidade internacional.

No programa social do governo federal, o impacto dos alimentos não é diferente. O aumento de 18% para o Bolsa-Família foi suficiente para cobrir a inflação passada ocorrida desde o começo do programa. Mas a desenfreada alta de preços, sobretudo provocada pela demanda por commodities, exige novo reajuste para que as famílias mantenham o poder de compra.

Como pelo menos 80% do dinheiro do Bolsa-Família são usados para a compra de alimentos, segundo pesquisa do Ministério de Desenvolvimento Social, o impacto é muito maior nas famílias do programa do que no universo investigado pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que tem como base o orçamento das famílias com até nove salários.

No INPC, o peso dos alimentos não chega a 30% da renda. A alta de alimentos para estas famílias investigadas pelo IBGE foi de 13% de junho a março.

Reproduzindo o impacto dos alimentos básicos do INPC para o Bolsa-Família, a mordida da inflação pode chegar a R$ 15, na mais conservadora das hipóteses.