Título: Brasileiros vão a Bush discutir taxas
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Fonte: Jornal do Brasil, 29/04/2008, Economia, p. A17
Ministros e empresários pesos pesados brasileiros encontraram-se ontem com o presidente dos Estados Unidos, George Bush, para buscarem impulsionar um acordo que elimine a bitributação sobre empresas de ambos os países.
A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, disse após a reunião que o tema da bitributação deve ser discutido antes do encontro de um grupo de 20 empresários brasileiros e americanos reunidos na etapa do CEO Fórum marcada para outubro, no Brasil.
Dilma Rousseff destacou em particular a posição do Brasil de exigir "maior acesso aos mercados agrícolas" das nações desenvolvidas.
¿ Isto é algo muito importante para o Brasil e para os países em desenvolvimento ¿ destacou a ministra, ao lado do secretário americano do Comércio, Carlos Gutierrez, e de líderes empresariais brasileiros e americanos.
O fórum é uma iniciativa lançada em 2007 pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) para que executivos de ambos os países proponham iniciativas destinadas a agilizar o intercâmbio bilateral
Ontem, retomaram-se as discussões sobre um acordo sobre a bitributação, paralisadas há quatro décadas, por diferenças nas legislação de ambos os países em relação ao sigilo bancário.
Comércio exterior
O encontro de outubro, que também reunirá o secretário de Comércio americano, Carlos Gutierrez, e o ministro brasileiro de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, buscará focar os esforços bilaterais até outubro em três temas.
Além da bitributação, estão na pauta sugerida pelos empresários o avanço da Rodada de Doha na Organização Mundial do Comércio (OMC) e a agilização do processo de concessão de vistos para empresários brasileiros que querem fazer negócios nos Estados Unidos.
Em contrapartida, o Brasil se comprometeria a aumentar o prazo de duração do visto para negócios de cinco para 10 anos, conforme projeto de lei prestes a ser enviado ao Congresso.
Outro assunto abordado foi a possibilidade de um tratado bilateral de investimentos, cuja a dificuldade Dilma Rousseff admitiu na entrevista coletiva após o encontro.
¿ Há assimetrias no setor de serviços ¿ disse a ministra a jornalistas, acrescentando que acha possível avançar na área industrial.
Sobre o tema, Bush declarou que também apóia fortemente um tratado impositivo bilateral e um tratado bilateral de investimentos entre Estados Unidos e Brasil.
George Bush, defendeu a conclusão da Rodada Doha de liberalização comercial na Organização Mundial do Comércio (OMC).
A Rodada Doha foi lançada em 2001, no Qatar, e deveria terminar em 2004. No entanto, está bloqueada por divergências entre países emergentes, que exigem o fim dos subsídios dos países ricos aos seus produtores, e as nações industrializadas, que exigem abertura maior para seus bens industriais e serviços.
Dilma Roussef manifestou a "disposição e vontade política" do Brasil de aprofundar as negociações visando a um bom resultado na OMC e destacou que para isso também são necessários os "melhores esforços" dos EUA.
Os empresários brasileiros, dentre os quais os presidentes de empresas como Vale do Rio Doce, Gerdau, Cutrale, Votorantim, Coteminas, e Embraer, expressaram satisfação pelo compromisso dos dois governos de levar esses assuntos adiante, mas cobraram agilidade na busca de resultados.