Título: Para ONU, pressão não deve diminuir no curto prazo
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Fonte: Jornal do Brasil, 19/04/2008, Economia, p. A17
O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), Jacques Diouf, disse ontem que os preços dos alimentos não deverão cair a curto prazo.
Diouf, que comandou nos últimos dias a 30ª Conferência Regional para América Latina e Caribe da FAO, em Brasília, disse que geralmente a tendência é, sempre que o preço dos alimentos aumentam, a produção aumente e os preços, por conseqüência, caiam.
¿ Os produtores estão tendo dificuldades para ter acesso a sementes e fertilizantes, cujo preço aumentou 59% a nível mundial ¿ afirmou.
Ele evitou dizer que a produção de biocombustíveis seria a causa do aumento de preços.
¿ Naturalmente, há a demanda por biocombustíveis, mas não se pode dizer que é só um fator ¿ disse.
Diouf elogiou o programa brasileiro Fome Zero e lembrou que a ONU tem um programa similar para a América Latina e o Caribe ¿ o América Latina e Caribe Sem Fome 2025, lançado em 2006.
Rodada Doha
Reunidos em Genebra, na Suíça, os negociadores de um acordo comercial global não conseguiram resolver os desentendimentos sobre uma importante questão técnica nas negociações agrícolas ontem, deixando em dúvida a realização de uma reunião ministerial.
Adiar essa reunião pode ter um efeito devastador que colocaria em perigo o acordo como um todo, já que autoridades, como o Comissário de Comércio da União Européia, Peter Mandelson, disseram que este ano pode ser a última chance de concluir a Rodada.
Negociadores temem que um acordo comercial, que pode ampliar a confiança em uma economia mundial atingida pela crise financeira e os altos preços dos alimentos, pode não ser alcançado quando o novo presidente dos EUA substituir George W. Bush, em 2009.
Diplomatas da Organização Mundial de Comércio passarão outra semana trabalhando em uma proposta para proteger produtos sensíveis da redução das tarifas, disse o embaixador da Nova Zelândia na entidade, Crawford Falconer.