Título: Estrangeiros preferem o Brasil
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 09/05/2008, Economia, p. A17

Cepal mostra que país foi o maior receptor de capital externo na América Latina em 2007.

O Brasil liderou o ranking de investimentos estrangeiros na América Latina em 2007, com quase US$ 35 bilhões dos US$ 106 bilhões aplicados na região, de acordo com relatório divulgado ontem pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal). Entre 2006 e 2007, segundo o documento, o aumento dos investimentos externos na região foi de 46%.

Os países com maiores investimentos estrangeiros foram Brasil, com US$ 34,585 bilhões, México (US$ 23,23 bilhões), Chile (US$ 14,457 bilhões) e Colômbia (US$ 9,028 bilhões). O Brasil recebeu US$ 15 bi a mais do que em 2006.

A Cepal destaca que, ao contrário de anos recentes, quando o investimento aumentou como produto de uma ou poucas aquisições, em 2007, o crescimento do investimento no Brasil se repartiu em vários setores diferentes.

Esta foi a primeira vez na história os investimentos estrangeiros nos países latino-americanos superaram os US$ 100 bilhões. A Cepal atribuiu o fato ao crescimento econômico da região e à manutenção da demanda por recursos naturais dos países em desenvolvimento.

Em 2007, os investimentos estrangeiros diretos na América Latina, de US$ 106 bilhões, superaram o recorde de US$ 89 bilhões de 1999, por influência de privatizações em vários países na década de 90, de acordo com o relatório.

Os principais investidores na região foram Estados Unidos, Países Baixos (Holanda) e Espanha.

Em contraposição, segundo a Cepal, os investimentos da América Latina e Caribe em outras regiões do mundo caíram para US$ 20,619 bilhões, depois de terem alcançado US$ 42 bilhões em 2006.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), e sem considerar os centros financeiros do Caribe, os maiores receptores foram Panamá, Chile e quatro países centro-americanos (Honduras, Costa Rica, El Salvador e Nicarágua).

Novos mercados

A Cepal destaca que os resultados decorrem, em boa parte, da determinação das empresas transnacionais, que buscam novos mercados para aproveitar o crescimento da demanda local de bens e serviços e de empresas que buscam novas fontes de recursos naturais, diante da demanda mundial.

O relatório, de 273 páginas, também constata que a desaceleração econômica dos EUA (maior investidor na região), em 2007, "não afetou muito o investimento, porque os efeitos só foram sentidos no último trimestre do ano". A siderurgia foi um dos principais setores de investimento na Argentina, Brasil e México. Brasil e Chile receberam maiores aplicações na área mineral.