Correio Braziliense, n. 22596, 29/01/2025. Brasil, p. 6

Operações contra trabalho escravo
Vanilson Oliveira



O Brasil encerrou 2024 com resultados expressivos no enfrentamento ao trabalho análogo à escravidão. Dados divulgados, ontem, pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), apontam que 1.035 ações fiscais foram realizadas no ano, resgatando 2.004 trabalhadores submetidos a condições degradantes.

As operações também garantiram o pagamento de mais de R$ 7 milhões em verbas trabalhistas e rescisórias às vítimas. Segundo a pasta, nos últimos 30 anos, 65,6 mil pessoas foram resgatadas.

As fiscalizações em 2024 alcançaram 5.741 trabalhadores, incluindo casos em que, mesmo sem caracterização formal de trabalho escravo, direitos trabalhistas foram assegurados. A Classificação Nacional das Atividades Econômicas (CNAE) informou que as áreas com maior número de resgatados em 2024 foram o de construção de edifícios com 293 notificações, cultivo de café (214), cultivo de cebola (194), entre outras.

Os dados revelam o aumento de ocorrências em áreas urbanas, que representaram 30% dos casos de trabalho análogo à escravidão identificados no ano. No âmbito doméstico, 22 fiscalizações resultaram no resgate de 19 trabalhadores, reforçando a necessidade de atenção especial às vulnerabilidades enfrentadas por mulheres e trabalhadoras domésticas, como mostrou o Correio com a reportagem especial sobre o caso de Sônia Maria de Jesus, vítima de trabalho análogo à escravidão, resgatada após 40 anos, na residência do desembargador Jorge Luiz de Borba, em Florianópolis.