Correio Braziliense, n. 22598, 31/01/2025. Política, p. 4

Congresso na reta final para eleições
Israel Medeiros


Com o ritmo lento de fim de recesso parlamentar, os corredores da Câmara e do Senado começaram ontem a ser preparados para as eleições que definirão os presidentes de ambas as casas. As cabines onde os deputados vão depositar seus votos já estão preparadas no tradicional Salão Verde da Câmara, ao lado da estátua de Ulysses Guimarães e da entrada do plenário da Casa.

Por lá, a expectativa é de vitória com folga do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que não tem concorrentes de peso, mas tem encarado uma rotina corrida de compromissos nesta última semana. O objetivo é conseguir o maior apoio possível — em 2023, Lira foi reeleito com 464 votos. Deputados que apoiam Motta dizem que é possível que ele, que tem Lira como padrinho na disputa, ultrapasse esse número.

Nos últimos dias, Motta jantou com presidentes de partidos, com deputados e até ministros do governo Lula. Alguns deles, como adiantou o Correio na semana passada, vão voltar aos cargos de deputados para votar no paraibano a pedido do chefe do Executivo. O mesmo ocorrerá no Senado com Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).

Apesar de apoiar Motta e Alcolumbre, Lula disse ontem que presidente não deve se meter nesses assuntos e que será seu papel negociar e contribuir com quem quer que seja eleito no Legislativo. “A eleição na Câmara e no Senado é uma questão dos partidos políticos, dos deputados e dos senadores. O presidente da República não se mete nisso. Então, se Hugo Motta for eleito presidente da Câmara e Alcolumbre, do Senado, eles serão os presidentes das instituições e é com eles que nós vamos fazer as tratativas que tivermos que fazer”, frisou.

Quem também falou sobre a eleição de Motta foi o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE). Para ele, a eleição já está garantida. Guimarães disse ser a primeira vez, desde que se tornou deputado, que vê uma eleição “tranquila”, “estabilizada” e “sem guerra”. Destacou, também, que o próximo presidente da Câmara tem que ter a defesa da democracia como questão “basilar”.

No Senado, a situação também está controlada. Em conversa com jornalistas, o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), enfatizou que não há competição e que a eleição de Alcolumbre é certa. Os concorrentes do senador são Soraya Thronicke (Podemos-MS), Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Marcos Pontes (PL-SP).