O Estado de S. Paulo, n. 47943, 21/01/2025. Política, p. A7
Governo quer que pastas monitorem redes sociais
Vera Rosa
Recomendação Cada ministro deverá também falar sobre a ‘herança de destruição’ deixada por Bolsonaro
O governo Lula terá, a partir de agora, uma cartilha da comunicação pública para evitar crises como a que ocorreu no caso das notícias falsas sobre a taxação do Pix. Na primeira reunião ministerial do ano, o novo titular da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, disse que todos os seus colegas terão de criar uma central de monitoramento das redes sociais para dar respostas rápidas a problemas que atingem o governo. Pesquisas que chegaram ao Palácio do Planalto indicaram falta de confiança na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua apresentação, o novo ministro afirmou que a política, a gestão e a comunicação têm andado separadas no terceiro mandato de Lula.
O presidente concordou e disse ali que estava cansado de ficar em seu gabinete no Palácio do Planalto. Aparecendo pela primeira vez sem o chapéu Panamá que usou após a cirurgia para drenar um hematoma na cabeça, Lula cobrou dos ministros que os programas saiam do papel. “Chega desse negócio de fazer ato no Planalto. Estou cansado disso e vou para a rua”, afirmou o presidente, de acordo com relatos de participantes da reunião.
O presidente disse, ainda, que “2025 vai ser o ano da verdade” e anunciou conversas com ministros e partidos, nos próximos dias, para discutir o futuro da aliança governista. A frase foi interpretada como uma alusão à reforma ministerial, que deve ocorrer após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, em 1.º de fevereiro.
Lula avisou que sabe muito bem como cada bancada de partido aliado – do PT ao Centrão – está votando no Congresso. Durante as quase oito horas de reunião, o presidente pediu projetos aos 38 auxiliares para 2025. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também compareceu ao encontro na Granja do Torto, além dos líderes do Planalto na Câmara, no Senado e no Congresso.
Ao destacar que o governo é melhor do que a percepção popular, Sidônio deu outra instrução da cartilha: cada ministro deverá agora falar sobre a “herança de destruição” deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro quando for dar entrevistas. “As pessoas precisam saber como o governo encontrou o copo: se meio vazio, meio cheio, vazio ou cheio”, disse o chefe da Secom, que foi marqueteiro da campanha petista, em 2022. •
O Estado de S. Paulo, n. 47943, 21/01/2025. Política, p. A7
Governo quer que pastas monitorem redes sociais
Vera Rosa
Recomendação Cada ministro deverá também falar sobre a ‘herança de destruição’ deixada por Bolsonaro
O governo Lula terá, a partir de agora, uma cartilha da comunicação pública para evitar crises como a que ocorreu no caso das notícias falsas sobre a taxação do Pix. Na primeira reunião ministerial do ano, o novo titular da Comunicação Social, Sidônio Palmeira, disse que todos os seus colegas terão de criar uma central de monitoramento das redes sociais para dar respostas rápidas a problemas que atingem o governo. Pesquisas que chegaram ao Palácio do Planalto indicaram falta de confiança na gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em sua apresentação, o novo ministro afirmou que a política, a gestão e a comunicação têm andado separadas no terceiro mandato de Lula.
O presidente concordou e disse ali que estava cansado de ficar em seu gabinete no Palácio do Planalto. Aparecendo pela primeira vez sem o chapéu Panamá que usou após a cirurgia para drenar um hematoma na cabeça, Lula cobrou dos ministros que os programas saiam do papel. “Chega desse negócio de fazer ato no Planalto. Estou cansado disso e vou para a rua”, afirmou o presidente, de acordo com relatos de participantes da reunião.
O presidente disse, ainda, que “2025 vai ser o ano da verdade” e anunciou conversas com ministros e partidos, nos próximos dias, para discutir o futuro da aliança governista. A frase foi interpretada como uma alusão à reforma ministerial, que deve ocorrer após a eleição para as presidências da Câmara e do Senado, em 1.º de fevereiro.
Lula avisou que sabe muito bem como cada bancada de partido aliado – do PT ao Centrão – está votando no Congresso. Durante as quase oito horas de reunião, o presidente pediu projetos aos 38 auxiliares para 2025. A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, também compareceu ao encontro na Granja do Torto, além dos líderes do Planalto na Câmara, no Senado e no Congresso.
Ao destacar que o governo é melhor do que a percepção popular, Sidônio deu outra instrução da cartilha: cada ministro deverá agora falar sobre a “herança de destruição” deixada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro quando for dar entrevistas. “As pessoas precisam saber como o governo encontrou o copo: se meio vazio, meio cheio, vazio ou cheio”, disse o chefe da Secom, que foi marqueteiro da campanha petista, em 2022. •