Título: Questão fechada: Dilma não volta ao Senado
Autor: Falcão, Márcio
Fonte: Jornal do Brasil, 13/05/2008, País, p. A3

O retorno da chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Senado para prestar um novo depoimento sobre o caso do dossiê, ao que tudo indica, está longe de se concretizar. A base governista se movimentou e arrancou o compromisso do senadores independentes para derrubar uma nova convocação da ministra na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). O requerimento, de autoria do líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), deve ser colocado amanhã em votação.

A oposição esperava emplacar a volta de Dilma na CCJ, uma vez que na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Cartões os governistas são maioria e conseguem barrar qualquer votação incômoda. Pelos cálculos da oposição, com os votos dos senadores Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Pedro Simon (PMDB-RS) e Jefferson Péres (PDT-AM), seria possível trazer a ministra para esclarecer o vazamento do dossiê sendo que, agora, há confirmação de que o material existe e saiu do Planalto.

Votos decisivos

Dos três votos decisivos, Jarbas e Simon teriam se posicionado. Jarbas aceita votar pela convocação, desde que a oposição se organize para que a segunda passagem da ministra pelo Senado não seja marcada mais uma vez pela falta de esclarecimentos.

¿ É necessário termos uma explicação final para este episódio. Mas a oposição não pode cometer os mesmo erros - disse Jarbas.

Para Simon, a volta da ministra é desnecessária.

¿ Não vejo com simpatia esta questão. A ministra já disse tudo que tinha a dizer - desconversou Simon.

O senador Jefferson Péres ainda não bateu o martelo, mas segundo senadores próximos ao pedetista, ele não deve apoiar uma nova intimação. O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), avisa que a base não concorda com nova convocação da ministra seja ela pela CPI mista dos Cartões ou outra comissão.

¿ Não vamos concordar, a ministra já veio e deu um show na oposição, eles querem que ela repita? - alfinetou Jucá.