Título: Para mudar a cara do Rio, um Arco Rodoviário
Autor: Chaves, Adriana
Fonte: Jornal do Brasil, 13/05/2008, Cidade, p. A10

Obra, inaugurada por Lula e Cabral, criará um corredor de exportação.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou ontem em Itaguaí (região metropolitana do Rio) as bases das obras do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro. Apesar de a duplicação de uma das rodovias já ter sido iniciada, as obras começam oficialmente dentro de 20 dias, cinco meses após a previsão inicial. Além de desanuviar o trânsito, aliviando entre outras vias a Avenida Brasil, de acordo com o vice-governador Luiz Fernando Pezão, a obra ajudará a expandir a capacidade de exportação do porto de Itaguaí.

O arco foi inserido no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e vai interligar o município de Itaboraí ao Porto de Itaguaí, atravessando a Baixada. Ao todo, são 145 km de traçado, divididos em quatro segmentos, com investimento em torno de R$ 1,4 bilhão.

O Estado terá uma contrapartida de 10%, e o governo federal custeará o restante da obra. O anel permitirá intercessão com as rodovias Rio-Vitória, Rio-Bahia, Rio-Belo Horizonte, Rio-São Paulo e Rio-Santos.

Para Lula, o projeto só saiu do papel graças à parceria com o Estado, que ele definiu como "a mais extraordinária relação que um governo federal já teve com o Rio".

¿ Desde pequeno, a gente aprende que quando um não quer, dois não brigam. E quando dois querem, as coisas acontecem.

Estado também investe

O trecho que liga as rodovias BR-393 e a RJ-109, a ser construído pelo governo estadual, terá 70,9 quilômetros de extensão e custará cerca de R$ 800 milhões.

Outra etapa compreende um trecho de 25 quilômetros da BR-493, no entroncamento da BR-101, em Manilha, até a junção com a BR-115, em Santa Guilhermina. Essa parte será duplicada pelo Departamento nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit).

O segmento que abrange a BR-116, com 22 quilômetros, parte do entroncamento com a BR-040, em Saracuruna, Duque de Caxias, ao entroncamento com a BR-493, em Santa Guilhermina.

O último trecho fica na BR-101, na Rio-Santos, e está sendo duplicado pelo governo federal. São 22 quilômetros de extensão que vão de Itacuruçá até a Avenida Brasil, na altura de Santa Cruz, na Zona Oeste da cidade.

A idéia da proposta é melhorar a capacidade de exportação e importação do Porto de Itaguaí, que hoje conta com 200 mil contêiners, com potencial para ampliação.

Em tom de auto-propaganda, Alfredo Nascimento disse que não houve investimentos significativos em infra-estrutura por mais de 30 anos antes do governo Lula.

¿ No Rio de Janeiro, especificamente, o último grande investimento foi em 1974, para fazer a Ponte Rio-Niterói.

Cabral elogiou a parceria da União com o Estado e disse que Lula já é um "menino do Rio".

¿ O Rio é o terceiro lugar para onde o presidente mais viaja. A Brasília, ele vai por obrigação e a São Bernardo do Campo, porque tem apartamento ¿ disse.

Lula justificou a necessidade de uma política de reposição de investimento e oportunidade para que o Estado do Rio de Janeiro, segundo o presidente, "não se sinta prejudicado".

¿ O Rio perdeu muitas oportunidades desde quando a capital saiu do Estado. É necessário uma política de reposição. O Arco Metropolitano é a mais extraordinária relação que o Governo Federal já teve com o Rio ¿ afirmou o presidente.

Para o governador Sérgio Cabral Filho, "acabou a fase de chororô e começa agora a de agradecimentos". No discurso oficial, ele fazia uma referência à quantidade de recursos investidos no Estado do Rio desde que o Governo Federal passou a atuar em conjunto com o Executivo fluminense.