Correio Braziliense, n. 22601, 02/02/2025. Cidades, p. 16
Gasolina e diesel mais caros no DF
Bruna Pauxis
Os preços da gasolina e do diesel estão mais altos desde ontem no Distrito Federal e em todo o Brasil. A mudança nos valores ocorreu com o reajuste do Imposto Sobre Comércio, Mercadorias e Serviços (ICMS), cobrado pelos estados e pelo DF. A nova alíquota para a gasolina e etanol passa a ser R$ 1,47, dez centavos mais cara que antes, enquanto que, para o diesel, subiu de R$ 1,06 para R$ 1,12.
No DF, os novos preços ainda não tinham chegado às bombas dos postos até o início da tarde de ontem. O designer de interiores Diogo Póvoa, de 26 anos, aproveitou os últimos momentos antes do aumento dos preços para encher o tanque de seu carro e dos outros veículos da família.
“Ontem, como foi o último dia do mês, abasteci meu carro e o da minha mãe e do meu pai, para pagar um valor menor antes da mudança de taxa do dia seguinte.
Acaba que a gente abastece muitas vezes, rodamos mais de 30 quilômetros por dia, então, a cada dez dias, estamos indo aos postos”, conta Diogo, que foi ao posto da QI 26 do Lago Sul.
A mudança foi aprovada pelo Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), em outubro do ano passado. A gasolina contém etanol em sua fórmula e, por isso, as duas substâncias são reajustadas sob uma única alíquota.
Atualmente, a taxa é de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro.
Já o diesel sofreu reajuste de R$ 0,22, que aumenta o seu valor nos centros de distribuição, de R$ 3,50 para R$ 3,72.
Para Ian Lopes, economista e assessor da Valor Investimentos, a mudança de preço dos combustíveis deve afetar o valor de outros serviços, devido ao aumento de custo de transporte. “No Brasil, utilizamos muito a matriz rodoviária, então empresas que transportam, por exemplo, aqui do DF, que transportam produtos com caminhão ou carros, por exemplo, vão sentir esse aumento de taxa e isso pode ser repassado no valor do produto final”, explica o economista.
Lopes também esclarece que não há como saber se o valor passará novamente por um aumento, uma vez que a alteração de alíquotas acontece de acordo com as reuniões do Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz). No entanto, segundo o especialista, a partir da política de paridade internacional de preços, é possível estabelecer relações entre fatores externos e o peso nos bolsos brasileiros. “Nosso petróleo subiu por alguma questão geopolítica ou outros fatores e isso está sendo reajustado na hora da extração do petróleo, passando pelas usinas ou distribuição ao consumidor, então os derivados do petróleo como um todo sobem também”, conta.