Correio Braziliense, n. 22604, 05/02/2025. Política, p. 3
Atenção aos preços dos alimentos
Vanilson Oliveira
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse que o governo está monitorando a oferta e a demanda de produtos agrícolas para evitar aumentos expressivos nos preços dos alimentos. A afirmação foi feita ontem, após a reunião com a bancada do PSD na Câmara, que reuniu 22 parlamentares.
Fávaro explicou que o Plano Safra é um dos principais instrumentos para garantir estabilidade na produção e conter a inflação, direcionando incentivos para culturas essenciais da cesta básica.
“Falei com os parlamentares sobre as ações do Ministério da Agricultura com relação ao preço dos alimentos e sobre o trabalho que estamos fazendo de monitoramento e acompanhamento, inclusive, para um direcionamento melhor do Plano Safra para aqueles produtos que possam afetar o preço da cesta básica”, ressaltou.
Ele disse que o governo está atento à variação da oferta de produtos para redirecionar incentivos e evitar desabastecimento ou oscilações bruscas de preços. “Se tivermos qualquer perspectiva de diminuição na produção, como batata, então que incentivemos de forma mais contundente produtores de batata. Precisamos garantir o abastecimento e impedir que a população sinta no supermercado o reflexo de problemas na produção agrícola.” O ministro citou, também, a variação cambial como um dos vilões. “Nos últimos dias, o dólar chegou perto de R$ 5,80, o reflexo vai também acontecer no preço dos alimentos. A atenção tem de ser o monitoramento de qualquer produto da cesta básica e da mesa do brasileiro que possa ter a diminuição de oferta”, destacou.
O titular da Agricultura também mencionou a necessidade de ajustar a política de financiamento agrícola, sugerindo mudanças no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). “Estamos propondo, junto ao Ministério da Fazenda, que se dê um tratamento diferenciado ao Pronamp, que são os médios produtores, tal qual já tem o Pronaf para pequenos produtores”, disse. “Com isso, ganhamos escala em produtos necessários.
Mas não dá para ser para tudo, temos dificuldade de orçamento para equalizar a taxa de juros, mas estamos tratando isso.” Outro ponto defendido pelo ministro foi a necessidade de um seguro rural mais abrangente.
Fávaro explicou que mudanças climáticas têm trazido riscos cada vez maiores para a produção agrícola.