O Globo, n 32.310, 22/01/2022. Política, p. 4

OUTRAS CAMPANHAS PRESIDENCIAIS


1998: oposição a FH

Filiado ao PPS, Ciro Gomes disputou sua primeira eleição presidencial em 1998. Rompeu com o PSDB, partido do qual foi ministro da Fazenda no governo Itamar Franco, substituindo Fernando Henrique Cardoso, que lançou o plano real e deixou o cargo para ser candidato à presidência em 1994. Quatro anos depois, Ciro enfrentou FH, que foi reeleito no primeiro turno, e terminou a disputa em terceiro lugar, com 10,97% dos votos. Tinha como vice em sua chapa o então senador Roberto Freire (PPS-PE). Na reta final da campanha, Ciro e Lula pararam os ataques recíprocos diante da perspectiva de vitória de FH no primeiro turno e concentraram esforços na oposição ao então presidente.

2002: 'Frente Trabalhista'

Em 2002, Ciro voltou a concorrer ao Palácio do Planalto pelo PPS. Sua coalizão incluiu o PDT e o PTB, e foi batizada de "frente trabalhista". Ciro Gomes ficou em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto, mas terminou a eleição em quarto lugar, com 11,97%. No segundo turno apoiou Lula contra José Serra (PSDB) e acabou se tornando ministro da Integração Nacional no governo petista. Apesar da candidatura de José Serra, Ciro Gomes contou com o apoio do tucano Tasso Jereissati, seu padrinho político, o que acabou gerando uma crise no PSDB. Na campanha, Ciro estava exausto ao dizer que a função de sua então esposa, a atriz Patricia Pillar, era dormir com ele.

2018: ataques ao PT

Já filiado ao PDT, Ciro disputou pela terceira vez em 2018, e ficou em 3º lugar, com 12,47% dos votos. Ele levantou o tom contra o PT já na pré-campanha, perdendo o apoio do PSB por pressão partidária. Sem alianças, teve como deputada a senadora ruralista Kátia Abreu, filiada ao seu partido. No 2º turno entre Bolsonaro (PSL) e Haddad (PT), Cyrus declarou que não votaria em Bolsonaro e viajou para Paris. Na volta, ao votar em Fortaleza, disse que não pretendia mais fazer campanha pelo PT.

O PDT declarou "apoio crítico" a Haddad contra "forças reacionárias". Durante a campanha, uma das bandeiras de Ciro foi a proposta de retirar 63 milhões de brasileiros da lista do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC).