Correio Braziliense, n. 22617, 18/02/2025. Economia, p. 7
Críticas ao “atraso” do Ibama
A decisão brasileira de entrar para a Opep+ foi aprovada em meio à preparação do país para receber a Conferência das Nações Unidas para o Clima (COP30) em Belém (PA), e vem na esteira da tentativa do governo de avançar na exploração de petróleo na região da Margem Equatorial, na bacia da Foz do Amazonas.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem exercendo pressão sobre o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) para liberar a exploração na sensível região. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, voltou a defender a exploração na região amazônica.
Absurdo
Ele criticou o Ibama pelo “atraso” em aprovar a pesquisa. “Não pode falar que não vai fazer ou que vai enrolar”, disse o ministro em coletiva de imprensa após reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). “É um absurdo sentar na mesa com o Ibama, e ele não apontar o que falta, porque a Petrobras entregou tudo o que foi pedido. Se há uma decisão de não fazer, é eles que têm que se explicar”, cobrou.
Silveira reforçou que o governo Lula nunca defendeu que o instituto deixe de atender a legislação ambiental. “Não explorar ou não conhecer, no mínimo, é uma insanidade, é uma questão ideológica. É direito dos brasileiros e brasileiras conhecerem as nossas potencialidades minerais, é estratégico conhecer os potenciais, tanto de minerais críticos, quanto de minério de ferro, quanto de petróleo, gás, e as outras fontes”, defendeu. O ministro salientou que o país deve buscar “todas as fontes de gás ambientalmente corretas”.