O GLOBO, n 32.318, 30/01/2022. Política, p. 10
Após opção de Lula, Pedro Paulo vê ‘completa divergência’ com Freixo
Lucas Mathias
A disputa pelo apoio do ex-presidente Lula (PT) na eleição para governador do Rio deflagrou uma briga explícita entre o grupo do prefeito Eduardo Paes (PSD) e o pré -candidato do PSB ao Palácio Guanabara, Marcelo Freixo. Principal aliado do prefeito, o secretário municipal de Fazenda, Pedro Paulo, diz que a pauta do grupo é “completamente divergente” do que pensa Freixo, avaliando o socialista como um político excessivamente ideológico.
A avaliação vem após Freixo reclamar de ingratidão de Paes quando O GLOBO revelou a articulação do prefeito com o diretório estadual do PT para lançar o presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), a governador. Há uma semana, Lula bancou o apoio do PT a Freixo, sepultando o ensaio de candidatura de Ceciliano.
— Para nós, é muito difícil estar junto do Freixo, pelo posicionamento dele histórico. Quando a gente olha a pauta econômica, visão de Estado, de segurança, caminhos de reestruturação do Rio, nossa pauta é completamente divergente do Freixo, o que encurta uma aliança do Lula no Rio.
A análise de Pedro Paulo incide sobre o movimento de Freixo desde que trocou o PSOL pelo PSB para se candidatar a governador: apresentar-se como um político mais moderado, afastando a imagem de um candidato marcadamente da esquerda. Essa estratégia é tocada pelo marqueteiro Renato Pereira, que já conduziu campanhas de Paes e do próprio Pedro Paulo.
O aliado de Paes revela ainda uma outra possível estocada em Freixo: a tentativa de atrair o deputado Alessandro Molon, que é do PSB e quer se candidatar ao Senado, mas pode perder o posto na chapa para o petista André Ceciliano.
— Quem sabe até o Molon, numa dissidência do PSB, pode vir a conversar conosco.