Título: Crivella lidera no Rio e tenta espantar fantasma
Autor: Vieira, Pedro
Fonte: Jornal do Brasil, 25/05/2008, País, p. A4

Molon continua esperando apoio de Lula para crescer

Pedro Vieira

Em ano de eleição, os pré-candidatos à Prefeitura do Rio começam a traçar suas estratégias de acordo com a reação dos eleitores. Tanto na pesquisa de intenção de voto do Instituto Brasileiro de Pesquisa Social (IBPS), quanto na sondagem do Instituto Mapear, o senador Marcelo Crivella (PRB) aparece isolado na primeira posição. Seguindo Crivella, vem Jandira Feghali (PCdoB). Sem muita folga, Jandira tem sua posição ameaçada pelos demais candidatos.

A pouco mais de quatro meses das eleições, já se fala em quem vai para o segundo turno com Crivella. Ainda é cedo para especulações, mas o senador não pára de ampliar sua vantagem sobre os demais candidatos. É pouco provável que o pré-candidato evangélico perca votos a ponto de ficar em terceiro colocado e não disputar o segundo turno. Por outro lado, sua biografia política não joga a seu favor.

Nas disputas por cargos executivos, Crivella sempre esteve próximo da liderança, mas nunca conseguiu chegar ao segundo turno. Em 2004, disputou as eleições municipais e ameaçava levar a decisão para a segunda etapa. Porém, inesperadamente, César Maia, líder nas pesquisas de intenção de voto na época, disparou na frente e conseguiu pouco mais de 50% dos votos, encerrando as eleições no primeiro turno.

Morreu na praia

Em 2006, Crivella atacou de candidato ao governo do Estado. Seguia em segundo lugar, atrás somente de Sérgio Cabral, mas com a ex-juíza Denise Frossard no seu encalço. Somente na etapa final da disputa,o senador acabou sendo ultrapassado por Frossard, ficando com a terceira posição, vendo a disputa do segundo turno do sofá de casa.

Agora, Marcelo Crivella parece estar mais forte do que nunca, liderando as pesquisas com folga. Quem perde com essa larga vantagem é Jandira Feghali que acaba ameaçada pelos demais concorrentes. A segunda colocação é uma posição delicada. Enquanto a pré-candidata do PCdoB tenta arrancar alguns votos do primeiro colocado, também tem que se defender de ataques dos candidatos em posições inferiores a sua, que tentam tirar pontos de Jandira para disputar o segundo turno, já que desbancar Crivella parece ser quase impossível.

Nas eleições para o Senado, a pré-candidata recebeu ataques agressivos de segmentos religiosos que chamavam Jandira de aborteira e até mesmo de assassina.

¿ Aquilo foi uma campanha mentirosa que fizeram contra mim e as pessoas viram isso. Agora elas estão vacinadas contra esse tipo de coisa ¿ disse Jandira que reconheceu que os ataques podem vir tanto de cima como de baixo.

A eleição para a Prefeitura na capital do Estado pode oferecer inúmeras reviravoltas, até mesmo porque os demais candidatos contam com apoios e arrancadas.

Alessandro Molon, deputado estadual pelo PT, não consegue contabilizar nem 5% das intenções de voto, por enquanto. Entretanto o deputado conta com o apoio de dois cabos eleitorais fortíssimos: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o governador do Rio, Sérgio Cabral. Segundo pesquisa do IBPS, divulgada no dia 28 de abril, cerca de 25% dos entrevistados afirmaram que votariam, com certeza, no candidato do presidente. O único problema de Molon, é que Lula ainda não decidiu se apóia o candidato de seu partido ou os da base aliada.