O GLOBO, n 32.319, 31/01/2022. Mundo, p. 23
Irlanda pede justiça a mortos do Domingo Sangrento
Massacre de 14 por soldados britânicos na Irlanda do Norte faz 50 anos, mas ninguém foi punido
A República da Irlanda pediu ontem que o Reino Unido garanta justiça para as famílias dos 13 manifestantes mortos a tiros por soldados britânicos no que ficou conhecido como Domingo Sangrento, em 1972 —um 14º morreu depois devido aos ferimentos. Milhares foram às ruas de Londonderry, na Irlanda do Norte, para marcar o 50º aniversário do massacre, ocorrido na cidade e que foi um marco do conflito entre católicos partidários da unificação das Irlandas e protestantes defensores do domínio britânico na província.
O conflito foi encerrado com o Acordo da Sexta-Feira Santa, em 1998, e, em 2010, Londres pediu desculpas pelos assassinatos “injustificados”. Mas nenhum dos responsáveis foi condenado e, em julho passado, promotores britânicos encerraram o último processo do caso.
— Deve haver um caminho para a justiça — disse o chanceler da Irlanda, Simon Coveney, depois de se reunir com parentes dos mortos. — Como alguém disse, nossos filhos foram enterrados há 50 anos, mas eles ainda não conseguiram descansar porque não temos justiça.