Título: Três cabeças do dragão chinês estão no foco do debate
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Fonte: Jornal do Brasil, 25/05/2008, Economia, p. E3

Estudo aponta lentidão brasileira em oportunidades além das commodities Os cinco anos seguidos de cres- cimento econômico global sem precedentes, a derrocada da economia americana e, fundamentalmente, o renascimento do gigante chinês para o mundo são algumas das discussões levantadas pelos economistas ­ e irmãos ­ José Roberto e Luiz Carlos Mendonça de Barros, e seu colega Paulo Pereira Miguel. O trio redigiu um estudo intitulado A marca da China: as três cabeças do dragão, que será o tema da manhã de quarta-feira, dia 28, no 20º Fórum Nacional, no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os três economistas ressaltam as grandes mudanças no contexto mundial, que exigem análises mais complexas. Pegar atalhos é praticamente impossível, diz o estudo. Alta intensidade Os novos atores mundiais, es- pecialmente a China, têm feito frente à dinâmica do bloco econômico G7. Os países que o compõem estão, em parte, assustados pelo gigante do oriente. A nação chinesa tem tido crescimento surpreendente e o Brasil, segundo os economistas, pode ser beneficiado em função da alta intensidade do uso da energia e dos recursos naturais no processo de desenvolvimento econômico. ­ O crescimento da China tem sido fenomenal, em uma lógica de convergência acelerada para níveis de renda per capita mais altos, que tem arrastado o resto da Ásia e todos os países que desempenham algum papel neste processo ­ ressalta o relatório. A primeira cabeça, de acordo com as corretoras, é a que "devora vorazmente quantidades antes inimagináveis de energia, matérias-primas industriais e, a cada vez mais, commodities agrícolas". A disparada dos preços das commodities, provocada pelo aumento do consumo nos países em desenvolvimento, deve seguir em alta por muito tempo, até que a oferta consiga responder aos preços. O relatório defende a dificuldade do aumento acelerado no custo marginal de novos projetos, que resulta em retorno mais baixo do que se imagina dos novos investimentos. A segunda cabeça é a que "produz bens manufaturados, em elevada escala e com baixo custo", aponta o estudo. Dando destaque às manufaturas leves, a China invadiu o mercado mundial com toneladas de produtos têxteis, eletroportáteis e bens de consumo de baixo e médio valor agregado. A terceira cabeça do estudo dos três economistas é a lenta resposta brasileira diante das oportunidades no mercado chinês fora do setor de commodities