Título: Marceneiro é ouvido na CPI dos Cemitérios
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Fonte: Jornal do Brasil, 29/05/2008, Brasília, p. R6
DA REDAÇÃO O marceneiro Jurandir Alves Feitosa, proprietário da JA Móveis, na cidade de Santa Maria, onde a CPI dos Cemitérios encontrou 32 caixões que supostamente seriam reformados e revendidos na última segunda-feira, dia 26, compareceu informalmente à Câmara Legislativa ontem para prestar esclarecimentos sobre a origem da urnas. Há indícios de que os caixões tenham sido desenterrados. Quase todas as urnas foram encontradas com vestígios de sangue, em outras havia terra e algodão e respingos de tinta. Cristiomário Medeirtos, chefe do gabinete do presidente da comissão, deputado Rogério Ulysses (PSB) foi quem tomou o depoimento do marceneiro. Segundo Medeiros, Jurandir Alves Feitosa só reforçou sua primeira versão sobre a origem dos caixões, que já havia sido dada no momento em que os integrantes da CPI estiveram em sua marcenaria. Ele disse que foi contratado por Isnair Moraes Simões, proprietário da funerária Dom Bosco para fazer um serviço de restauração dos caixões, na 414 Sul relatou Cristiomário Medeiros. O marceneiro explicou ainda que o negócio foi intermediado pelo dono de uma marmoraria, identificado apenas pelo nome de Fagundes, que fez o transporte dos caixões em seu caminhão até marcenaria. Fagundes também foi notificado para comparecer à CPI, mas não apareceu. O marceneiro deve voltar a depor formalmente à CPI. Avaliação Para Rogério Ulysses, tomar o depoimento do marceneiro dois dias depois de ter flagrado a irregularidade em seu estabelecimento faz todas a diferença para investigação. Ouvi-lo ainda no calor do flagrante é importante. As pessoas se preparam e são instruídas para depor na CPI. As informações que passou hoje (ontem) já nos dá mais argumentos pra ouvir os outros envolvidos afirmou Rogério Ulysses. O deputado Antônio Reguffe (PDT) pensa diferente. Para ele, o depoimento não contribuiu em nada para as investigações. Suas declarações não trouxeram nada de novo. A CPI tem de investigar todos os casos pontuais com profundidade comentou o deputado que ainda reiterou: Tenho orgulho dessa CPI que tem cumprido seu papel, o de tornar público as irregularidades que há mais de seis anos perduram no Distrito Federal afirmou Reguffe. Câmara no limite A Câmara Legislativa está den- tro dos limites da Lei de Responsabilidade Fiscal. Alírio Neto, presidente da Casa, informou no início dessa semana que os gastos com pessoal ficaram em 1,68% do orçamento local, cumprindo o limite legal de 1,76%, estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal. As informações serão encaminhado ao Tesouro Nacional. A adequação possibilita a captação de empréstimos para o Distrito Federal. (C.F.)