Título: Atraso desde a Colônia
Autor: Bruno Rosa
Fonte: Jornal do Brasil, 23/01/2005, Economia, p. A22

Brasil ainda não possui indústria desenvolvida

O Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos (IBGM) está negociando com o Ministério da Fazenda uma redução no Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) de 20% para 5%. Além disso, também está em curso a redução do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) de 18% para 8%. Assim, a carga tributária, segundo cálculos do especialista Walter Leite, cairia de 53% para 15%.

- Com uma carga tributária menor, o recolhimento de impostos será maior, fazendo com que a problema da informalidade no setor seja controlada e mais empregos sejam gerados - aposta Leite.

Para Écio Moraes, diretor do IBGM e presidente do Sindicato da Indústria de Joalheiros de São Paulo, apesar de o Brasil ter uma posição de destaque no cenário mundial, os problemas internos têm de ser resolvidos, como a instalação de uma indústria, ausência que se arrasta desde o período colonial, quando os portugueses proibiam a produção de jóias no país.

- Apesar dos problemas, temos nos esforçado para divulgar as pedras coradas brasileiras no exterior e difundir o seu uso - ressalta Moraes.

Gemas como a turmalina e o topázio imperial, em que o Brasil é a maior fonte no mundo, por exemplo, custam até US$ 10 mil o quilate, de tão raras.

Os esforços de divulgação no exterior ganharam novo fôlego com o livro Pedras Brasileiras, da Editora Reler. O objetivo é valorizar a diversidade das pedras nacionais e mostrá-las aos brasileiros e turistas. A obra, com tiragem de dois mil exemplares, foi organizado pela designer Francesca Romana.

- A edição da obra é bilíngüe. Pretendemos viabilizar em breve a venda da publicação no exterior. A obra é importante em explicar a história das pedras, além apresentar as mais valiosas - explica Regina Lemos, sócia da Editora Reler, responsável pela obra.