Título: PDT e PMDB decidem agir com cautela
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 24/06/2008, País, p. A4

Brasília

O PMDB e o PDT vão evitar a punição contra os deputados João Magalhães (PMDB) e Ademir Camilo (PDT), ambos de Minas Gerais, investigados pela Operação João de Barro, da Polícia Federal, que apura fraudes nas licitações do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Em nome da cautela, peemedebistas e pedetistas aguardarão as orientações do presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), para tomar eventuais providências.

Magalhães ainda não procurou o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves (RN), para prestar esclarecimentos. Internamente, a ordem de Alves é para que o assunto seja tratado como técnico e não com caráter político, uma vez que as investigações da PF ainda não foram concluídas.

A menos de quatro meses das eleições municipais, peemedebistas se esquivam de envolver o partido na defesa de Magalhães, uma vez que ele é acusado de liderar um esquema de fraudes de licitações em municípios mineiros. O Ministério Público Federal (MPF) em Governador Valadares ajuizou a 25ª Ação de Improbidade Administrativa contra o deputado.

No caso de Ademir, o deputado procurou o presidente e líder do PDT na Câmara, Vieira da Cunha (RS). Na conversa, o parlamentar negou qualquer envolvimento com irregularidades. Segundo o deputado mineiro, policiais federais, ao executarem a ordem de busca e apreensão no seu gabinete na Câmara, recolheram apenas documentos relativos a emendas parlamentares, nas quais destinava recursos para a região de Teófilo Otoni (MG) e municípios próximos.

As denúncias contra Ademir ocorrem no momento em que outro deputado do PDT, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (SP), é suspeito de participação no desvio de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES). Ele é investigado pelo Conselho de Ética.