Título: Aumento de preços no mês fica acima do esperado por analistas
Autor: Monteiro, Viviane
Fonte: Jornal do Brasil, 26/06/2008, Economia, p. A17

Prévia da inflação oficial, o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15) registrou alta de 0,9% em junho, acelerando em relação ao resultado de maio, quando a alta foi de 0,56%. A variação acumulada no ano ficou em 3,67%, acima do registrado no mesmo período de 2007 (2,18%). Nos últimos 12 meses, a taxa ficou em 5,89%, maior que os 5,25% referentes aos 12 meses imediatamente anteriores. Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Os alimentos voltaram a exercer maior pressão sobre o índice, com alta de 2,30% em junho (acima do resultado de maio, 1,26%). No ano, acumulam alta de 8,62%. O grupo também respondeu pela metade do IPCA-15 do mês, 0,51 ponto percentual.

As carnes tiveram maior influência sobre o resultado. A alta de 5,35% deste item acarretou contribuição individual de 0,11 ponto percentual Segundo o IBGE, o aumento dos alimentos foi generalizado, com destaque para o arroz (+17,09%), batata inglesa (16,79%), tomate (8,60%), macarrão (4,89%), pão francês (3,43%) e refeição fora (1,55%) leite pasteurizado (3,48%).

No primeiro semestre, a refeição fora de casa representou a maior influência, com contribuição de 0,28 ponto percentual diante de alta de 7,41%. O pão francês, que subiu 20,99% de janeiro a junho, contribuiu com 0,23 ponto percentual para o índice. Dos 3,67% de alta do índice no primeiro semestre, o grupo alimentação e bebidas foi responsável por 1,87 ponto percentual.

A pressão dos alimentos em junho foi maior em Curitiba, cuja alta desses produtos chegou a 3,02%. Em São Paulo, a inflação dos alimentos chegou a 2,82%, seguido de Porto Alegre (2,79%), Goiânia (2,59%) e Salvador (2,43%). No ano, os alimentos exerceram pressão sobre os resultados de Salvador (11,62%), Recife (11,34%), Belém (10,21%) e Curitiba (10,07%).

Os produtos não alimentícios subiram 0,50% em junho, ante 0,36% em maio. No semestre, acumulam alta de 2,31%, com destaque para os serviços bancários (3,47%), gás de bujão (1,49%), artigos para reparos nas residências (1,30%) e artigos de higiene pessoal (1,26%).

Entre as 11 regiões pesquisadas pelo IBGE, a maior pressão em junho foi verificada em São Paulo, cuja alta chegou a 1,12%, que foi seguido por Porto Alegre (1,03%) e Belo Horizonte (1%). No semestre, Recife teve a principal alta, com acumulado de 5,53%. Belém (4,64%), Salvador (3,90%) e Porto Alegre (3,66%) vieram em seguida.

O IPCA-15 refere-se ao cálculo dos preços coletados entre 16 de maio e 13 de junho, que foram comparados aos preços verificados entre 15 de abril e 15 de maio. O indicador pesquisa o consumo das famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos.