Título: Paraguai acusa as Farc
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Fonte: Jornal do Brasil, 22/02/2005, Saúde & Ciência, p. A12

Rebeldes estariam envolvidos em seqüestro

O procurador-geral da Colômbia, Luis Camilo Osorio, afirmou ontem que as vozes de um vídeo encontrado na casa de um envolvido no seqüestro e assassinato da filha do ex-presidente paraguaio Raúl Cubas são de rebeldes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Osorio se referiu a fitas nas quais aparecem pessoas simulando um seqüestro. O material aparentemente serviu de treinamento para a captura de Cecilia Cubas, 31 anos.

A filha mais velha de Cubas foi seqüestrada em 21 de setembro e seu cadáver foi encontrado no último dia 17, em uma área vizinha a Assunção.

O vídeo foi encontrado na residência, no Paraguai, de Osmar Martínez, membro do radical Movimento Pátria Livre, investigado pelo assassinato.

A revista colombiana Semana, na edição que começou a circular ontem, reproduziu trechos do vídeo, no qual ''um homem com sotaque colombiano dirige os movimentos e a forma como deve se dar um seqüestro''.

Osorio assinalou que a Procuradoria colombiana tem identificado os rebeldes colombianos envolvidos no caso. Entre eles, figuraria Ricardo González, conhecido como ''Rodrigo Granda'', ''o chanceler das Farc''.

Segundo a revista, participam da gravação seis supostos rebeldes e as autoridades, tanto da Colômbia como do Paraguai, foram enfáticas em considerá-lo ''um manual sobre como se realizar um seqüestro''.

As autoridades do Paraguai acreditam que no seqüestro da filha do ex-presidente Raúl Cubas se cumpriu passo a passo as orientações do manual, afirmou o semanário de Bogotá.

Ontem, Osorio se reuniu com o presidente colombiano, Alvaro Uribe, para informar-lhe sobre o conteúdo da fita.

O procurador-geral do Paraguai, Oscar Latorre, já tinha divulgado na semana passada a existência de vínculos entre os seqüestradores de Cubas e Rodrigo Granda.

De acordo com Latorre, o guerrilheiro trocou mensagens de e-mail com os seqüestradores de Cecilia para assessorá-los.

A prisão de Granda, em dezembro passado, provocou uma tensão diplomática entre os governo da Colômbia e Venezuela, que foi superada de forma definitiva na semana passada, depois de uma reunião entre os presidentes da Colômbia, Alvaro Uribe, e da Venezuela, Hugo Chávez.