Título: No Rio, um exemplo que oferece resultados muito positivos
Autor: Abade, Luciana
Fonte: Jornal do Brasil, 30/06/2008, País, p. A3

Brasília

Localizado em Mangaratiba, no Estado do Rio de Janeiro, o Lar Marilisa abriga 13 crianças e adolescentes. Eles estão lá por diversos motivos, que vão de desorganização familiar a abuso sexual. Fundada em 2002, a instituição recentemente mudou de endereço e a forma de tratar os menores abrigados: investiu na capacitação dos seus funcionários e estreitou a relação com a comunidade para trabalhar a inserção dos meninos na sociedade.

O objetivo das mudanças é adequar a instituição às exigências do Estatuto da Criança e do Adolescente, que preza pela convivência familiar e comunitária. Para tanto, as crianças abrigadas freqüentam as escolas públicas da região e fazem parte do Centro de Atendimento Integral à Criança e ao Adolescente (Caica), que oferece diversas atividades esportivas, de lazer e cursos abertos a comunidade. Dessa maneira, os meninos e meninas do abrigo têm oportunidade de conviver com crianças, adolescentes e adultos que não fazem parte do universo institucional.

Outra preocupação do abrigo é evitar a separação de irmãos e o tratamento diferenciado por parte dos pais. Alguns, quando vão visitar os filhos, levam presente apenas para um. As assistentes sociais, nesses casos, não entregam o presente.

Fazer com que a criança retorne para a casa é um dos principais objetivos do abrigo. E tem funcionado. Cerca de 80% das crianças e adolescentes que passaram pela casa retornaram a suas famílias biológicas. Mesmo reinserida na família, a criança continua recebendo atendimento.

Todos os meses a equipe reúne-se para discutir temas relativos ao universo dos abrigados. Dinâmicas de grupo são realizadas para melhorar a relação dos funcionários. A Prefeitura da cidade, mantenedora do abrigo, realiza parcerias para financiar a participação dos funcionários em cursos e oficinas de formação.

Uma vez por mês é realizada uma reunião com a equipe do abrigo e técnicos do Conselho Tutelar. O atendimento psicossocial do Lar contribui para as decisões judiciais em relação às crianças abrigadas.