Título: Saldo da balança comercial é 44,3% menor que 2007
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 02/07/2008, Economia, p. A19

Participação de produtos industrializados na pauta caiu de 67% para 62%.

A balança comercial brasileira fechou os seis primeiros meses do ano com um superávit de US$ 11,37 bilhões. Porém, o resultado representa uma queda de 44,3% em relação ao resultado alcançado no mesmo período de 2007, considerando a média diária do comércio exterior brasileiro.

As exportações alcançaram US$ 90,645 bilhões no semestre, um crescimento de 24,8% na média diária, que foi de US$ 737 milhões. A média diária das importações subiu 51,8% no semestre. Com isso, as compras de importados alcançaram US$ 79,275 bilhões.

O superávit da balança é a diferença entre as exportações e as importações do período.

Motivos

A queda do dólar, paralelamente ao aumento no preço internacional de vários produtos ajudou a impulsionar as importações brasileiras no primeiro semestre de 2008.

Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a balança comercial registrou aumento de 51,8% nas importações em relação ao mesmo período de 2007. Esse é o maior percentual de aumento registrado desde o primeiro semestre de 1995, quando as importações quase dobraram (+92%).

Números da balança com um mês de defasagem (até maio) mostram que cerca de metade desse aumento deve-se apenas ao efeito de preços. Isso pode ser visto no caso dos fertilizantes, por exemplo, cujo valor de alguns componentes subiu até 300% em cinco meses. O mesmo ocorreu com o petróleo, que teve uma queda de 9% na quantidade importada e um aumento de 62% no preço.

Exportações

O aumento no preço dos produtos básicos também garantiu, por outro lado, que as exportações continuassem crescendo, mas em um ritmo bem menor que as importações. As vendas do Brasil para o exterior aumentaram 24,8% no semestre (menos da metade do aumento das importações). Foi o melhor resultado desde 2004.

Sem o aumento dos preços internacionais, no entanto, as exportações teriam recuado no ano. Ou seja, o país exportou menos em quantidade, mas com preços maiores. Isso pode ser visto no caso do petróleo, cujas vendas caíram 19% no semestre em quantidade, mas subiram 71% em valores que entraram no país.

A questão dos preços também fez com que os produtos básicos ganhassem mais espaço nas nossas exportações, em detrimento dos produtos industriais. A participação dos básicos subiu de 30,6% para 35,3% das exportações; a dos industrializados caiu de 67,4% para 62%.

Produção industrial

A produção industrial brasileira recuou 0,5% em maio, na comparação com o mês anterior, quando havia tido expansão de 0,2%, informou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

No ano, a produção industrial tem crescimento de 6,2%, na comparação com os primeiros cinco meses de 2007. Neste período, segundo o IBGE, houve crescimento em 20 dos 27 segmentos pesquisados.

Na comparação com maio do ano passado, foi verificada alta de 2,4%. No acumulado dos últimos 12 meses, a produção industrial tem crescimento de 6,7%.