Título: No meio do cochilo tinha um buraco, tinha um buraco no..
Autor: Victal, Renata
Fonte: Jornal do Brasil, 09/07/2008, País, p. A3

Mau estado do asfalto deixa Paes com torcicolo na hora de dormir no carro Cláudia Dantas Um político que não dorme, ou pelo menos, descansa muito pouco. Desde que começou a campanha, no domingo, a agenda do candidato à prefeitura do Rio pela coligação PMDB, PP, PSL e PTB, Eduardo Paes, tem começado bem cedo, e não tem hora para acabar. Mas ele tem um arma para enfrentar o desgaste: um travesseiro que permanece no carro para os rápidos cochilos entre uma viagem e outra. ­ Eu trabalho muito, quase não vejo a família. E em tempos de campanha, esse turno dobra, tento dar algumas cochiladas no carro, durante os trajetos ­ contou o candidato. ­ Mas agora está um pouco difícil por causa da quantidade de buracos na rua. Dá torcicolo. Aliás, essa é uma das metas do candidato à prefeito. Para Paes, o papel de síndico da cidade passa pela conservação de ruas e avenidas, hoje abandonadas. Ontem, na Zona Oeste, o dia do candidato começou às seis horas da manhã. Paes chegou à estação de trem, em Santa Cruz, percorreu o local e cumprimentou os usuários. Embarcou no trem, rumo à Central do Brasil, e aproveitou para fazer corpo a corpo dentro dos vagões. Integração e bilhete único A proposta do candidato, para solucionar problemas como o da diarista Sueli de Fátima, de 45 anos, que ­ quase sempre ­ chega com atraso no trabalho e leva mais de duas horas no percurso, é a integração dos serviços de transporte no Rio. Trens, ônibus, barcas e metrô adotariam um bilhete único, que expiraria em três horas. ­ Essa idéia já foi implantada, com sucesso, em São Paulo, Curitiba, e em outras cidades do Brasil, mas aqui Fernando Souza ROTINA ­ Como acorda cedo e dorme tarde para cumprir a agenda, Paes guarda um travesseiro em seu carro isso não acontece, porque a pre- feitura está isolada ­ defendeu Paes, ao ratificar a parceria com o governador Sergio Cabral. Paes exemplificou que, na década de 60, quase 15% da população fazia uso do trem. Hoje, apenas 2%, 3% é usuária do serviço. ­ O Estado acabou de adquirir 20 novas composições, e a prefeitura também pode ajudar com recursos municipais ­ completou. A agenda de Paes não parou por aí. O candidato fez o percurso do trem até Bangu, com parada em Campo Grande, e enfrentou uma composição lotada, na hora do rush. Por volta do meio-dia, aportou em Madureira, onde foi recepcionado por moradores, comerciantes locais, e duas escolas de samba da região, Portela e Império Serrano, além de receber apoio dos deputados Fernando William e Chiquinho da Mangueira, e outros. No calçadão de Madureira, Paes ouviu de tudo um pouco. A população pediu mais educação, saúde, creches, aumento de aposentadorias, e até tintas para pintar casa. ­ Se ele me der cinco latas de tinta, eu voto nele ­ brincou Olinda Rosa de Lima, de 68 anos, membro da Velha Guarda da Portela. No fim do dia, seguiu para Câmara dos Vereadores, e reuniu-se com 13 membros da casa. Na segunda, também caiu da cama. Fez corpo a corpo na Central do Brasil. ­ A rotina é pesada, acordo cedo e durmo tarde mesmo, e nesse período de campanha, enquanto o horário eleitoral gratuito ainda não começou, a rua é muito importante ­ explicou Paes. Para o candidato, é o momento de o político se mostrar mais, de interagir com a população, ao ressaltar que será o candidato com mais tempo em TV devido à coligação de partidos. Hoje, a agenda de Paes começa à tarde, em Bonsucesso. O candidato faz caminhada no centro do bairro às 13h. Depois, visita o a Penha e a feira da Pavuna. DA REDAÇÃO De todos os candidatos a prefeito do Rio, talvez o que tenha as mais estranhas manias seja Marcelo Crivella. Líder nas pesquisas de intenções de voto, o bispo da Igreja Universal do Reino de Deus estuda passo a passo a montagem de seu discurso. Quem cobre sua campanha já percebeu, por exemplo, que Crivella sabe em quais palavras terá de dar a ênfase que marcará aquela parte de seu discurso. ­ Ele é preocupadíssimo com a sua imagem ­ revela um dos repórteres que cobrem diariamente as movimentações de Crivella pela cidade. ­ Parece até que ele decorou o discurso daquele dia na noite anterior. Domingo, na abertura da campanha, na Feira de Cocotá, Ilha, enquanto era saudado pelos cabos eleitorais do vereador Jorge Pereira no corpo-a-corpo aos gritos de "al al al, cimento social", Crivella estava tão preocupado em abraçar os eleitores que nem percebeu quando se aproximou de uma banca de calcinhas e lingeries. Ao se dar conta, ralhou com o fotógrafo que o enquadrava com as peças ao fundo. Enfático, foi claro ao dar seu recado: ­ Não faz isso não! Na busca pelas palavras corretas, Crivella chega a exagerar. Militar por formação, disciplinado como pastor, mostrou no Conjunto Amarelinho, em Acari, uma de suas frases de efeito. ­ O Rio está dividido. Vamos fazer uma argamassa de cimento social ­ afirmou. A idéia colou, tanto que saiu aplaudido do encontro co membros da ONG que recupera crianças e adolescentes da criminalidade. Marcelo Piu A BÊNÇÃO ­ Crivella estica a mão em direção a adolescentes diante da barraca com roupas íntimas

EDUARDO PAES CRIVELLA

O líder com manhas e manias Marcelo Crivella Hoje, o senador e candidato à prefeitura do PRB visita o presidente da Firjan, Eduardo Eugênio Gouveia Vieira, para entregar a Carta ao Povo do Rio de Janeiro, no Centro às 13h30. Em seguida vai para uma festa nordestina no Salão Nobre do Clube Municipal, às 17h, na Tijuca. Depois da quadrilha, o senador volta ao Centro para prestigiar o presidente da Liga das Escolas de Samba, Jorge Castanheira. Jandira Feghali Logo na manhã de hoje, a candidata do PCdoB, vai ao Congresso Pedagógico da Amem, na Tijuca. Sem parada em casa para trocar de roupa, a comunista ­ que domou seus cachos nessa eleição ­ continua na Zona Norte da cidade para uma caminhada no Mercadão de Madureira, às 11h. Fernando Gabeira O polêmico candidato e deputado federal, representante da coligação Frente Carioca (PV-PPS-PSDB) e defensor assumido da legalização da maconha, se reúne hoje, pela manhã, com representantes de hospitais particulares do Rio de Janeiro. Alessandro Molon O candidato petista à prefeitura do município, Alessandro Molon saíra cedo de casa para ser recebido pelo Comitê Olímpico Brasileiro, através de Carlos Arthur Nuzman, presidente da Comissão da Candidatura do Rio de Janeiro à sede dos Jogos Olímpicos de 2016. Às 17h, o candidato vai para o Largo do Machado fazer um corpo-a-corpo com a população. Paulo Ramos O candidato do PDT e deputado estadual vai almoçar com o Grão Mestre do Grande Oriente do Estado do Rio de Janeiro, Eduardo Gomes da Silva, na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), ao meio dia. Às 14h ainda na Alerj, vai participar da reunião na Comissão de Ética. Em seguida vai para a sede do partido, às 15h. No local vai se reunir com seu vice, Carlos Alberto Torres, para uma sessão de fotos com os candidatos a vereador do PDT. Vinicius Cordeiro O candidato do PTdoB se reúne com os taxistas em frente ao Rio Sul. Vinicius Cordeiro tem propostas para o setor e deve fazer panfletagem em diversos pontos de táxi da Zona Sul. Pára às 16h para uma entrevista e segue às 17h firme e forte com os motoristas e contra as empresas de táxi. Solange Amaral A candidata de Cesar Maia tem sua agenda em Brasília para cumprir os compromissos como deputada federal. Chico Alencar Assim como sua concorrente, Solange Amaral, o deputado federal cumpre compromissos na Câmara dos Deputados. Filipe Pereira O candidato do Partido Social Cristão exerce suas funções de parlamentar em Brasília. O deputado federal cumpre agenda na capital do país até quinta-feira. AGENDAS Segunda edição |