Título: Bernardo: Estamos num patamar mais baixo e controlado
Autor: Totinick, Ludmilla
Fonte: Jornal do Brasil, 11/07/2008, Economia, p. A19

O ministro Paulo Bernardo (Planejamento) reafirmou ontem que é prioridade do governo controlar a inflação sem comprometer o crescimento do país.

¿ O IBGE apontou inflação um tiquinho menor do que em maio. Mas ainda é preocupante. Mas estamos em um patamar mais baixo e controlado. Há consciência no país de que temos que bater duro na inflação ¿ disse o ministro durante o encontro O Impacto do Brasil na Economia Global, realizado em São Paulo.

A inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) registrou alta de 0,74% em junho, o que representa desaceleração frente aos 0,79% verificados em maio, informou o IBGE.

O ministro disse ainda que o Brasil saiu ileso da crise creditícia no mercado imobiliário americano e que hoje tem condições de manter suas "políticas intactas".

¿ Estamos muito otimistas. Quando pensaríamos que o Brasil sairia ileso da crise do mercado imobiliário dos Estados Unidos? Mesmo com o recrudescimento da inflação no cenário mundial, o Brasil é um dos poucos que conseguem manter a inflação dentro da meta estipulada pelo governo ¿ disse.

Bernardo fez referência ao IPCA em 12 meses, que ficou em 6,06%, dizendo que é uma mostra que "o sistema está resistindo". A meta de inflação do governo em 2008 é de 4,5% para o IPCA, com margem de tolerância de 2 pontos percentuais para cima ou para baixo.

Reformas

O ministro destacou, no entanto, que o Brasil precisa avançar em questões como as reformas tributária e política.

¿ O Brasil precisa de uma reforma política que resgate as condições de operação das instituições e a credibilidade na política. Temos uma infinidade de partidos que não são respeitados. É difícil, mas precisamos que se tenha consenso ¿ disse Bernardo.

O ministro revelou, inclusive, que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva chegou a procurar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso para realizar uma campanha que promova essa reforma.

A partir da reforma política, disse Bernardo, as outras reformas podem ser aceleradas porque "as dificuldades políticas acabam sendo um entrave para as demais."