Título: Objetivo também era proteger ex-deputado suspeito de lobby
Autor: Quadros, Vasconcelo
Fonte: Jornal do Brasil, 16/07/2008, País, p. A2

A bancada governista conseguiu evitar a votação dos requerimentos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara que convocam o ex-ministro Luiz Gushiken e o ex-deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh (PT-SP), mas não conseguiu dar uma explicação pertinente para a blindagem.

O relator da CPI, deputado Nelson Pelegrino (PT-BA), negou que o acordo que propôs seja uma manobra para evitar que a crise chegue rápido ao Planalto. E parecia perdido ao argumentar que a oitiva de Greenhalgh fugia do foco da comissão. O ex-deputado foi alvo de escutas telefônicas, mas a premissa de que a CPI também investiga grampos legais parecia não valer no caso do ex-deputado:

¿ Greenhalgh foi vítima de escuta telefônica legal, como várias outras pessoas, por isso não será ouvido ¿ argumentou o relator.

O deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-PT), que era suplente na comissão, foi convocado para reforçar a tropa de choque do governo na CPI.

Para o governista, os requerimentos de convocação são uma tentativa clara de transformar a CPI em palanque político-eleitoral. Biscaia ressaltou, ainda, que quando os objetivos de uma CPI são desvirtuados, ela não chega a lugar algum. E questionou a convocação do juiz Fausto De Sanctis:

¿ Por que Sanctis está sendo convocado? indagou. ¿ Por que ele estava cumprindo a sua função? Se o objetivo não é seguir o foco, que investigue a todos ¿ disse.