Título: No Rio, plano B para emergências do gênero
Autor:
Fonte: Jornal do Brasil, 04/07/2008, País, p. A4

Se a pane que ocorreu ontem nos sistemas do governo paulista acontecesse no Rio, o Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação do Estado do Rio de Janeiro (Proderj) teria tido condições de minimizá-la, afirmou o presidente do órgão, Paulo Coelho.

Segundo o executivo da autarquia responsável pelos serviços de tecnologia da informação e da comunicação de dados do governo fluminense, a Infovia.rj dispõe de duas saídas do centro de operações do governo com o centro de operações da Oi, e outras duas com o centro de operações da RedeRio, pertencente à rede acadêmica da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), que opera com a Embratel. A rede interliga todo o Estado do Rio e compreende 30 mil estações de trabalho em 92 municípios.

¿ Não é possível dizer que uma pane como a de São Paulo jamais ocorreria aqui, mas estamos muito bem posicionados para enfrentar eventuais contingências ¿ disse.

Segurança máxima

Segundo ele, a infovia do Rio de Janeiro tem um custo anual de R$ 10 milhões. E o contrato com a Oi traz níveis de serviço particularmente rígidos.

O executivo, que administra um orçamento de R$ 50 milhões anuais, informa que a arquitetura da rede de comunicação de dados do Estado do Rio de Janeiro é um serviço de banda larga. Um anel lógico na capital de capacidade de 1 gigabyte, numa rede de fibra óptica contratada da Oi, garante velocidades que variam de 10 a 100 megabytes aos principais órgãos na capital, incluindo o Palácio das Laranjeiras, as secretarias de Segurança Pública, Fazenda, Saúde e Educação, Planejamento e Gestão, além do Departamento Estadual de Trânsito. Para o interior do Estado, a rede usa a tecnologia multiprotocol layer label switching ou MPLS, de 10 a 100 megabytes, conforme a região.

¿ Essa tecnologia garante o tráfego de voz, dados e imagem, e permite serviços como o ensino à distância ¿ comenta.

Segundo o executivo, o fato de a Infovia.rj dispor de quatro saídas, duas para a Oi e as demais para Embratel, garante, em caso de contingência, a manutenção de até 60% dos serviços críticos ao Estado, dependendo da demanda do dia e do horário em que o evento ocorresse.

¿ Não teríamos como manter tudo no ar, mas sim os serviços críticos ¿ diz.

Como o seguro morreu de velho, Coelho testa mensalmente as redes redundantes.

¿ Qualquer problema, identificamos logo ¿ explicou. ¿ E, assim, nossos links não ficam parados.

No caso da segurança das bases de dados do Estado fluminense, Coelho explica se tratar de um modelo distribuído, com contingência no Proderj, em dois datacenters.

¿ Temos um mainframe IBM hospedado na sala-cofre do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro) no Rio de Janeiro ¿ informa. ¿ Já a plataforma baixa ¿ mais de 100 servidores Intel, em sua maioria dispostos em "estantes" computacionais, isto é, em arquitetura blade ¿ fica localizada no centro administrativo do Governo do Estado, no Centro do Rio. Em ambos os casos, há duplicidade nas fontes de energia, no armazenamento de dados e nos sistemas de ar condicionado, informa Coelho.

¿ Contamos, ainda, com datacenters distribuídos no Detran, na Secretaria da Fazenda e na Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae) ¿ acrescenta.

Ele admite, no entanto, que apenas parte desses dados têm contingência, isto é, são duplicados.